João Fonseca paga pelo preço da fama

Por Fabrizio Gallas - Terminou mais cedo que o esperado o torneio Challenger 175 de Estoril para João Fonseca. Chegou como favorito para ir pelo menos até uma semifinal, mas caiu na estreia. Foto: João Fonseca em Estoril / Crédito: Millenium Estoril Open

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Entrou como franco-favorito contra o holandês Jesper De Jong, 93º, mas não começou bem o jogo. O adversário aproveitou, veio babando, ou 'voando' como ele mesmo disse na entrevista na quadra e no segundo set, apesar da recuperação, não resistiu.

A fama repentina tem seu bônus, mas tem o ônus também. Fonseca é o cara mais falado no circuito hoje em dia. E não só no Brasil. Os principais jogadores falam, os grandes nomes falam, a ATP promove bastante (havia chamada no site da entidade para o jogo dele, o que é raro para torneios challengers) . É justificável. Ele joga muito tênis, não tem buracos, tem potência, um estilo vistoso, é um bom menino e carismático. A troca de guarda com o fim do Big 3 anseia também por novos nomes.

Fonseca também já conquistou grandes vitórias, são três contra top 20, uma contra um top 10 e venceu cinco títulos nesse começo de ano.

E qual o ônus disso tudo ? Os adversários vêm babando. Principalmente aqueles de ranking mais baixo. Jogam o jogo da vida. Entram como franco-atiradores. É como no futebol os clubes medianos e pequeno fazem com o Flamengo ou Palmeiras nos dias de hoje. 

E aí se você, no caso Fonseca, não está em seu melhor dia, a coisa de complica e a chance de tropeçar é real, como aconteceu nesta quarta-feira. De Jong se mostrou incrédulo pela vitória como se Fonseca fosse já um Djokovic, um Sinner, um Alcaraz e o brasileiro ainda está buscando seu espaço, é 65 do mundo, tem 18 anos e a cada torneio, cada partida vem ganhando aprendizado e rodagem.

E o torcedor imediatista precisa entender que faz parte do processo. Fonseca vai perder muito ainda. Está em formação. Não é porque perdeu dois, três jogos que ele é ruim como uns e outros falam por aí. Ele é muito bom, nos dará muitas alegrias. É preciso ter os pés no chão e ir com calma.