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Monica Seles: 32 anos de uma das cenas mais tristes do esporte

Quarta, 30 de abril 2025 às 19:09:16 AMT

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Tênis Profissional

Por Ariane Ferreira - A ex-líder do ranking, Monica Seles, tem 30 de abril de 1993 como o "pior dia de sua vida". Aos 19 anos, Monica vivia como um dos maiores fenômenos da história do tênis e por conta disso, foi esfaqueada em quadra por um torcedor.



Crédito: Arquivo

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Nascida na Iugoslávia, em Novi Sad, hoje território sérvio, e naturalizada estadunidense, Monica era tida por muitos como a única tenista capaz de alcançar e quem sabe bater os feitos da alemã Steffi Graf - dona de 22 títulos do Grand Slam, que na ocasião do ocorrido tinha conquistados 11 destes títulos. E foi este o motivo do ataque por ela sofrido.

Seles foi esfaqueada diante de um público de mais de seis mil pessoas presentes à quadra durante as disputas do extinto torneio WTA de Hamburgo, na Alemanha. A punhalada pelas costas por pouco não deixou Monica incapaz de andar, chocou o mundo e traumatizou a jovem, que ainda tentou retomar a carreira dois anos depois, sem o mesmo brilho.

Um mês após seu retorno em 1995, Monica conquistou o torneio do Canadá, hoje WTA 1000, e em 1996 emocionou o mundo ao vencer o Australian Open pela quarta vez, primeira após o atentado. Na oportunidade, confessou que não estava livre daquele fantasma: "Nos pontos longos, começo a pensar na faca, as lembranças vêm. Eu tento falar pra mim mesma para esquecer as coisas ruins e me concentrar no jogo, mas a realidade ainda está lá. Não posso esquecer".

Monica é a sexta maior tenista da história na liderança do ranking feminino com 178 semanas no total. Ela ficou 91 semanas seguidas na liderança do ranking, entre setembro de 1991 e junho de 1993, quando Graf retomou o posto com a parada de Seles em razão do atentado.

Monica Seles não teve seu ranking 'congelado' após o atentado, por escolha das colegas. Em uma votação com as melhores da época, apenas a argentina Gabriela Sabatini, que se absteve, não votou contra o congelamento, dos pontos de Monica até o fim de sua recuperação.

A tenista, até o atentado, havia sido tricampeã em Roland Garros e Australian Open, além de bicampeã no US Open e finalista de Wimbledon em 1992. Após seu retorno, venceu mais uma vez o Australian Open, fez a final em Paris em 1998 e em Nova York em 1996. Monica, que acumulou 53 títulos na carreira, ainda foi medalhista de prata nas Olimpíadas de Sidney em 2000 e entrou para o Hall da Fama do Tênis em 2009.

Confira o vídeo do triste momento da agressão:

O agressor, Gunther Parche, que é alemão e tinha 38 anos na ocasião, foi preso instantes após o ataque e três meses depois foi liberado pela justiça alemã que se justificou alegando que Parche comprovadamente sofria de insanidade mental. O agressor afirmou no momento de sua prisão, e em outras oportunidades, que atacou Monica Seles para que ela não 'destronasse' Steffi Graf, por quem era obcecado.

Parche faleceu em 23 abril de 2023, sete dias antes do atentado que provocou completar 30 anos. Na época, Seles não se manifestou sobre a morte de seu algoz e desde 1993 não cita o nome do agressor e fala apenas do fato, muito raramente.

O atentado sofrido por Seles é algo que a aterroriza até os dias atuais. Quando completou 50 anos em 2023, a ex-tenista contou novamente uma história relatada no Australina Open 2018 de que mesmo anos após o atentado, ela não consegue executar uma longa trocas de bolas de tênis, mesmo que jogando por recreação, sem pensar que a qualquer momento será atacada.

Monica Seles se aposentou em definitivo do tênis em 2008.

Seu atentado ajudou a melhorar a segurança de todos os torneios no mundo, que passaram a ter segurança reforçada e as quadras mais modernas são projetadas para dificultar o acesso rápido à quadra desde a arquibancada. Ainda assim, em diversos momentos nos últimos anos, as quadras de tênis. Em 2022, durante a Laver Cup em Londres um homem invadiu a quadra em protesto e chegou a atear fogo em si mesmo.

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