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Laura Pigossi: 'Em Tóquio foi tudo muito bonito. Tudo era oportunidade'

Quinta-feira, 09-11-2023 19:18

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Tênis Profissional

Por Ariane Ferreira - Na semana passada, a paulistana Laura Pigossi recebeu o Tênis News para uma conversa sobre sua brilhante campanha que encerrou-se com dois ouros no Pan Americano de Santiago, no Chile, e contou detalhes da campanha e estratégia pela vaga Olímpica.



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Tênis News: Laura Pigossi vai contar pra gente um pouco da experiência dela no Pan de Santiago. Em primeiro lugar, fala pra gente como é que foi a sua chegada? Como é que os outros atletas te receberam? Como é que você se sentia vindo de Tóquio? 


Laura Pigossi: Minha chegada no Chile, foi bem cansativa. Para ser sincera, eu fiz: Paris - São Paulo, São Paulo, - Santiago, então eu cheguei bem cansada. Mas a minha atitude Foi diferente da minha chegada nas Olimpíadas, o Pan-Americano era algo que eu vinha esperando, fazia há muito tempo. Eu sabia que era uma oportunidade muito grande por um sonho que eu tenho de poder jogar as Olimpíadas em Paris 2024. Então, era uma mistura de nervosismo. 


Eu sabia que eu tinha minhas chances. Eu sabia que eu era número 1 [favorita], que eu tinha total condições de ganhar ou de conseguir a vaga que eu queria. Mas ao mesmo tempo sabia que tinha meninas muito boas, que também estavam em busca da do mesmo sonho que eu. Então, era uma mistura de sentimentos, que foi um pouco diferente com a Tóquio. 

Tóquio foi tudo muito bonito, porque eu nem sabia que estava inscrita, então era tudo uma oportunidade. Eu estava lá pela primeira vez, é vendo os atletas pela primeira vez conhecendo o pessoal, os fisioterapeutas... Era tudo a minha primeira vez e aqui já e já em Santiago já não era, então foi tudo diferente, mas ao mesmo tempo foi bom porque eu já sabia o que eu tinha que fazer, a atitude que eu tinha que ter e eu sabia que eu ainda tinha que algumas coisas, eu tinha que mudar para fazer melhor, porque eu tinha conseguido o bronze em Tóquio.


E eu sabia o que não tinha funcionado, aonde mais ou menos é, talvez eu podia ser melhor e tinha que fazer diferente se eu quisesse conseguir o ouro, e eu queria o ouro, tanto na simples como nas duplas. Eu queria muito ouro com a Luisa Stefani, também jogar com ela sempre incrível. Ela é uma das minhas melhores amigas e eu tenho lembranças incríveis, memórias maravilhosas e sempre é um sentimento de jogar com a sua melhor amiga, dupla, então para mim era um dos meus sonhos era conseguir essa medalha com ela e pelo Brasil.

TN: E vocês se sentiram pressionadas, afinal, vocês são Bronze Olímpico. Isso não é para qualquer um?

Laura Pigossi: Não diria que pressionada. Acho que a gente estava curtindo momento, era algo que a gente queria muito, então a gente não se deu luxo de sentir pressão. A gente foi em busca do nosso objetivo. A gente focou muito num plano de ação, para o que a gente ia fazer, a gente já conhecia as adversárias, inclusive a gente já tinha jogado um set de treino com elas, e daí a gente foi muito focada para a quadra. A gente tinha a certeza, o que queria e que ia conseguir. Nenhum momento a gente duvidou, então acho que isto realmente fez a diferença.

TN: Você está com as duas medalhas? Qual foi a mais difícil de conseguir? A de simples ou a de duplas?

Laura Pigossi: Ah, com certeza, a de a de simples, pelo fato de eu ter que me superar em muitas maneiras diferentes ao longo da competição. O primeiro jogo, a menina jogava bem, mas eu consegui impor meu nível o jogo inteiro. Já o segundo jogo joguei contra uma junior que ela é 3 do mundo na ITF [Lucciana Perez]. Ela fez semifinal de Roland Garros Junior, então eu sabia que ela tinha um nível muito alto, mas ao mesmo tempo eu tinha mais experiência que ela e estava perdendo 6 a 2, 4 a 1, eu tive dois match-points contra e eu salvei e até esse momento ela não tinha nada que perder. E a partir do momento que ficou 4 a 1, eu comecei a empatar o jogo. Ela já sentiu a pressão também, porque querendo ou não, ela é menor (mais jovem) e eu acho que foi nesse momento que eu consegui usar toda a minha experiência. Todos esses anos que eu venho trabalhando e consegui virar o jogo. Em nenhum momento eu deixei de acreditar. Acho que fez completamente a diferença.


TN: Dividir o peso com a Luiza. Ajuda também às vezes? 

Laura Pigossi: Ajuda muito, não só na dupla, como também na minha carreira pessoal. Acho que ela é uma das pessoas que estava comigo quando eu falei que eu queria conseguir entrar nas Olimpíadas de 2024 pelos meus próprios esforços, que eu não queria depender de ninguém para conseguir essa vaga, como foi nas Olimpíadas de Tóquio, e então o fato dela estar ali do lado, eu poder olhar no olho dela e ela falar que eu conseguia que eu podia.

E ela é uma grande jogadora, tá 12, 14 do mundo. Então ela, querendo ou não, é minha ídola também, sabe? Então ouvir dela essas palavras me ajudaram. Com certeza ela está mais calma, está mais tranquila e poder compartilhar esse momento com ela também foi. Foi maravilhoso.

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