O espanhol Jaume Munar, 57º da ATP, não está nada satisfeito com a postura de seu algoz na segunda rodada de Roland Garros, o francês Arthur Fils, 14º, e o acusou de fingir lesão, além de chamar o público em Paris de 'circo'. Crédito: FFT
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A derrota dolorosa para Arthur Fils após 4h25 de batalha e placar de 7/6 (7-3) 7/6 (7-4) 2/6 2/6 6/4 foi resumida pelo espanhol a jornalistas: "Foi uma montanha-russa, uma partida que deve ser analisada em blocos bem definidos. Nos dois primeiros sets, houve grande igualdade, mas não consegui aplicar o tênis que queria nos momentos cruciais. Depois, no terceiro set, ele começou a ter problemas físicos e tudo mudou, mas também não me senti completamente bem, nem com o meu tênis nem com as minhas sensações físicas. Perdi o ritmo e estou realmente frustrado por não conseguir jogar como a partida exigia. O quinto set foi além do esporte e não o lidei bem".
Munar foi questionado sobre seu descontemento e palavras ditas a Fils no fim da partida e apontou uma postura antidesportiva, na sua visão, do rival: "Ele foi atendido pelo médico devido a uma suposta lesão nas costas, mas estou convencido de que o que ele sofreu foram cãibras. Nesse caso, ele não poderia ter sido atendido. A quebra não me incomodou, mas é assim que as coisas são. Se você tem uma lesão real, não joga o quinto set como ele jogou", disparou.
"Eu sofri muitas cãibras ao longo da minha carreira, sofri muito por causa delas, e sei perfeitamente como funciona. Você tem uma queda enorme por um tempo, e quando não se sente mais competitivo e considera a partida perdida, a tensão diminui, as cãibras diminuem um pouco e você volta ao seu nível. Além disso, eu o vi tomando 'suco de picles' nos últimos sets, então está claro o que aconteceu", completou.
Jaume Munar ainda foi questionado sobre a pressão exercida pela torcida na quadra Suzanne Lenglen e não poupou críticas ao público francês: "Vou ser muito sincero, eu acho perfeito que eles torçam pelo outro jogador, já estou muito acostumado com isso e não me incomoda. O que é uma falta de respeito absoluta é não parar de cantar, gritar besteiras e interromper constantemente, porque isso impede que o jogo progrida e se desenrole normalmente. Eles fazem um show muito divertido para o público, mas não percebem que estamos fazendo o nosso trabalho. É a torcida mais irritante e fanática do mundo, a bandeira pesa demais aqui".
O espanhol sabe o que é pressão de tenistas da casa diante de torcidas conhecidas por seu barulho, pois já enfrentou argentinos em diversas oportunidades jogando em casa e também brasileiros em três oportunidades em torneios no Brasil, Pedro Sakamoto no Brasil Open de 2019 e Thiago Wild em três oportunidades sendo duas delas no Rio Open, vitória do espanhol este ano e derrota em 2024, e uma vitória de virada contra Wild no Challenger de Brasília em 2021.
Munar seguiu criticando o público francês e comparou a outros Grand Slams: "Em Nova York (US Open) e na Austrália (Open), eles entendem o esporte de forma diferente. Eles podem torcer muito e ter um senso de espetáculo, mas nunca desrespeitam os jogadores. Neste torneio, é necessário que as pessoas se acalmem um pouco, porque este é um verdadeiro circo", finalizou.