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O autorresgate de Bia Haddad. ESPN não é instituição de caridade

Sexta-feira, 23-05-2025 16:10
Tênis Profissional

Por Fabrizio Gallas - Que semana legal de Bia Haddad em Estrasburgo. Voltou a ser aquela Bia guerreira, que não se entrega, que luta, que tem o que estava faltando mais: atitude positiva. Crédito: Michel Grasso/Internationaux de Strasbourg



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Virou dois jogos super difíceis contra rivais do alto escalão e por pouco não se classificou para a final nesta sexta-feira . Teve um 0/40 no 2 a 0 no terceiro set contra Elena Rybakina quando vinha em alta e a rival pequenininha. Essas chances perdidas pesaram e o 'momentum' do jogo mudou completamente e a questão anímica da brasileira também.

Bia venceu essa semana a mesma quantidade de jogos que ganhou o ano inteiro. Teve alguns momentos brilhantes, nenhuma das atuações foi espetacular como um todo, mas voltou a engatar uma sequência e dá esperanças para Roland Garros para fazer no mínimo uma terceira rodada. Ela cresce na hora certa. Que pegue o que aconteceu em Estrasburgo e joga sem pressão em Paris onde não descarta pontos e nada.

Sobre a ESPN

Vi muitas reclamações nas redes sociais sobre a ESPN. Não passou nenhum jogo da Bia Haddad na semana e nesta sexta, com Bia e Djokovic ao mesmo tempo, o canal mostrava Cobolli x Etcheverry em Hamburgo.

Reclamações justas da galera que quer ver brasileiro em ação em fase aguda de torneio importante e não tem dinheiro para comprar outro pacote de assinatura de streaming.

Não sei dizer exatamente como funciona o contrato, que é confidencial, mas entendo que há prioridade para transmissão das rodadas finais dos ATPs 500 assim como todos os Masters/WTAs 1000 e os Grand Slams. E o restante dos torneios ficam mais para o Disney+.

O diretor do canal da área comercial joga na balança. Precisa cumprir esse contrato e também precisa vender mais assinaturas da Disney+. É uma oportunidade. Entenderam que seria melhor assim essa semana como já fizeram em outras com outros jogadores brasileiros ao longo dos últimos anos e não irão mudar.

O canal não funciona como instituição de caridade. A ESPN visa o lucro e há um streaming ali disponível para compra para os espectadores e que passam os jogos.

Esse é o resultado do monopólio. Legal ter um canal que passe todos os torneios de tênis, mas por outro lado não há concorrência. Ou seja, não há outra opção para o espectador, aí o diretor faz o que bem entender com cada jogo/torneio.

Me lembro do meio/final da década de 90 quando passei a assistir tênis quando a transmissão no Brasil era da ESPN da Argentina ou Latino-americana em alguns torneios importantes e a prioridade era dos argentinos em detrimento de brasileiros ou grandes nomes. Nem streaming tinha na época para comprar.

A galera precisa ter noção também que todos que narram e comentam tênis no canal querem a maior exposição dos atletas brasileiros - leia-se: transmissão na ESPN. Certamente eles lutam por isso. Então é leviano criticá-los. A decisão não é deles. Vem de cima. De quem tem a caneta e a grana.

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