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Junho 1, 2025

Jabeur desabafa por lutar contra fome na Palestina: 'Me chamam de terrorista'

Quinta-feira, 08-05-2025 19:44
Tênis Profissional

A tunisiana Ons Jabeur fez um desabafo ao comentar ao site da WTA como tem sido sua atuação para apoiar a causa palestina, em especial o trato da alimentação das crianças na região que sofrem com uma guerra há um ano e meio.



Crédito: Jimmie48 | WTA

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"Eles estão fazendo um trabalho incrível", disse Jabeur ao site da WTA sobre o trabalho do Programa Mundial de Alimentação  da Organização das Nações Unidas (WFP). "Eles estão tentando pressionar, mas, infelizmente, quando você fecha a fronteira e tenta matar crianças e muitas outras pessoas de fome, isso é muito desumano. Estamos em 2025 e não consigo acreditar que isso esteja acontecendo", desabafou ela.

A tunisiana é a única mulher árabe mulçumana da história do tênis a chegar ao top 10 do ranking da WTA, bem como é a única a deter todas todos os recordes em torneio do circuito e no Grand Slam. Diante da sua repesentatividade, Jabeur já havia se posicionado contra situações de esmagamento de civis por parte das forças do Estado de Israel em territórios da da Palestina. 

Jabeur contou ainda no site da WTA que em sua viagem ao Egito no fim de 2024 para conhecer as atividades da WFP na fronteira e buscar apoiar seus projetos conheceu uma mulher, dona de uma pequena padaria, que decidiu trabalhar para a agência da ONU.

"Foi incrível ver uma mulher lutando daquele jeito", disse a tunisiana. "Para mim, foi uma história inspiradora. Você não tem ideia do quão pouco eles têm, do quão generosos eles são. Ela ficava me dando o bolo dela e o que estava fazendo. Eu dizia: 'Não, não, você precisa'", completou.

"Um dos caras [na Palestina] perguntou: 'Somos humanos?'. Só se fazer essa pergunta se você já está vivendo no inferno. Sei que o WFP está pressionando para levar comida para lá, mesmo com muitos de seus trabalhadores mortos. Eles estão fazendo trabalho voluntário. O mundo está terrível agora, e não sei como as pessoas estão pensando", desabafou ela.

Ons Jabeur já disse diversas vezes que não quer fazer de seu auxílio e luta pelas vidas palestinas um ato político e que não pretende que ninguém que apoie a causa palestina direcione ódio a qualquer outro povo. Ainda assim, relata, tem sido alvo de ódio nas redes sociais e pessoalmente.

"Já fui chamada de terrorista tantas vezes", contou. "Não sei como isso se relaciona. Estou tentando ajudar as pessoas, especialmente as crianças, que estão morrendo de fome", confessou.

A tenista mantém a vida pessoal de maneira discreta, mas no fim de 2024 compartilhou que ela e o marido, Karim Kamoun, estiveram na cidade de Mecca, na Arábia Saudita, para a perigrinação que todo seguidor do islã deve fazer ao menos uma vez na vida, de acordo com os dogmas do islamismo.

"Minha religião sempre foi algo pessoal, como acho que deveria ser para todos", pontuou Jabeur. "Mas eu sentia a necessidade de me conectar com Deus. Meca é um lugar espiritual inacreditável. Eu me sentia super relaxado e calmo. Rezei muito — pela Palestina, pela minha família, pela minha saúde", completou ela que encerrou a temporada 2024 de maneira antecipada e com lesão.

Apesar de estar tentandol voltar a sua melhor forma em quadra, Jabeur disse que a situação na Palestina, em especial das crianças, tem lhe feito muito mal.

De acordo com a WFP, há 3 meses o governo de Israel não autoriza a entrada e caminhões com ajuda humanitária em Gaza. Ainda de acordo com o órgão da ONU, nos dois lados das fonteiras de Gaza, no Egito e em Israel, existem caminhões prontos para entrar no território com alimentos e medicações.

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