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Cañas culpa a ATP por doping

Terça, 09 de agosto 2005 às 10:24:31 AMT

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Guillermo Cañas
Depois do anúncio da punição de dois anos mais perda de premiação e pontos no ranking por doping, Guillermo Cañas, assegurou que apelará e culpou os médicos do torneio de Acapulco e a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP).


Antes da "bomba" da notícia da punição veiculada na tarde desta segunda, Guillermo Cañas, de 27 anos, treinou pela manhã com Agustin Callieri e comentou que esperava a resolução do caso para quarta-feira, confiando em sua defesa apresentada em juizo na cidade de Nova York. Horas mais tarde, foi comunicado a pior notícia de sua carreira.

Cañas é o primeiro top ten a ser penalisado na história. Sua pena, de dois anos, é a maior já aplicada no esporte, mais até que os vestígios de cocaína encontrados nos exames de Wilander e Novacek, ou o ano que suspenderam o tcheco Petr Korda por uso de nandrolona.

Cañas já cumpriu dois meses e terá mais um ano e dez meses de "molho" já que seu último torneio preparatório para Wimbledon em Halle, na Alemanha.

A substância encontrada em exames feitos no dia 21 de fevereiro durante o torneio de Acapulco é um diurético chamado hidroclorotiazida (HCT).

Na noite desta segunda, em sua luxuosa mansão Four Seasons, em Buenos Aires, o argentino apareceu para dar entrevista. Em um tom bem triste ele disse: "eu não concordo com essa resolução". Ele aceitou a existência da substância em sua urina e disse que seu erro havia sido: "não checar as receitas de médicos da ATP".

Willy, assim apelidado, anunciou que apelará da decisão na Corte Arbitral do Esporte (CAS) em Lausanne, Suíça — tribunal independente pago pela ATP. Ele acusará a ATP por : "justificar um sistema antidoping com muitas falhas e não buscar a verdade."

Segundo sua versão, a substância foi ingerida em um medicamento para dor de garganta, receitado pelos médicos do torneio, Mercader e Chinchila. Os mexicanos estiveram em juizo como testemunhas citadas pela ATP. Ambos negaram ter cuidado de Cañas. Mercader declarou: "Se tivesse cuidado dele, reconheceria na hora." Mercader ainda disse que jamais teria um medicamento com HCT porque, dado o calor em Acapulco, a utilização dessa substância: "pode levar a desidratação do atleta".

Os diuréticos são utilizados na ajuda da eliminação da água do corpo pela urina e por isso são potenciais eliminadores de substâncias estimulantes.

O argentino ainda foi testado nos torneios de Buenos Aires, também em fevereiro, e em Roland Garros em maio. Os resultados deram negativo.

Em juizo, Cañas expôs sua versão a qual falham os procedimentos e " é muito possível que o pessoal do torneio não tenha comprado na farmácia o medicamento receitado." O argentino tem apoio de seu técnico, Hernan Gumy, seu preparador físico, Fernando Cao — mesma equipe de Gustavo Kuerten — , seu técnico Walter Mira além de todo o restante de seu time.

"Mais que buscar a verdade, quiseram justificar um sistema que não é seguro, que continuará a errar e prejudicará a outros. É uma questão política." disse Guillermo que ainda falou que outro jogador — não citou o nome — teria tomado o mesmo medicamento, mas não foi pego no controle.

O caso ainda deve levar três meses para ter nova audiência. Canãs completou: "Minha história não terminou e minha carreira também não. Sou inocente e tenho fé."

Fonte: Diario Olé (Argentina)
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