O ex-top 25 mundial Fernando Meligeni fez uma reflexão em relação ao sérvio Novak Djokovic, de 38 anos e dono de 24 títulos de Grand Slam na carreira.
Através de suas redes sociais, Meligeni elogiou a força mental e física do tenista sérvio, ex-número 1 do mundo e que ainda figura com certa tranquilidade pelo Top 10 da ATP, mesmo sem jogar alguns torneios importantes do calendário.
“Acabou o primeiro set e o Djokovic foi caminhando para descansar. Eu, na frente da televisão, fiquei pensando: quantas vezes, depois de perder o primeiro set, vi uma montanha enorme à minha frente e precisei encontrar motivação para continuar lutando, querendo virar um jogo que, a partir daquele momento, duraria mais 2 horas. De onde tiraria forças?”, iniciou, se referindo ao jogo de Novak contra o alemão Yannik Hanfmann no Masters de Shanghai, onde o sérvio superou dificuldades com o calor e a umidade, venceu de virada e foi às oitavas de final.
“Dono de tantos títulos, nem um pouco preocupado com seu ranking, dinheiro para 10 ou 50 gerações, cansado de viver isso, jogando muitas vezes pior do que já jogou em seu auge, corpo desgastado. Ao sentar, seguiu lutando, jogando seu tênis e encontrando maneiras de continuar”, seguiu Fernando.
o semifinalista de Roland Garros em 1999 refletiu sobre a motivação do tenista de 38 anos, mesmo depois de quebrar inúmeros recordes no circuito mundial.
“Escutamos que esse ou aquele não consegue resultados porque ‘não precisa’, ‘tem tudo’, ‘não joga pelo prato de comida’. Djokovic joga por algo que poucos conseguem e só ele vive: a intolerância à derrota, o ódio ao ‘quase’ e, principalmente, o seu inconformismo. Pode ser que, para o torcedor teórico, aquele que todo dia chega no escritório feliz, sorridente e cheio de vontade, seja uma ‘obrigação’ vencer. Afinal, o esportista não pode sentir medo, falta de vontade, duvidar ou ter problemas de ansiedade. Estamos torcendo por eles. Para esse torcedor exigente, Djokovic é um ‘péssimo exemplo‘. Ele encontra motivação onde não existe para 99% das pessoas. Ele é alguém que não conseguimos copiar.”
Meligeni finaliza se referindo a Djokovic como uma verdadeira ‘máquina’. “Aprendi que o tenista é um ser inconformado, mas acredito que o Djokovic seja mais que isso. Ele é uma verdadeira máquina mental e física. E o seu ódio à derrota chega a assustar”, finalizou.