Em entrevista ao podcast Nothing Major da noite de sexta-feira, Alexander Zverev, número três do mundo, contou que sofreu com burnout durante os eventos sul-americanos e por alguns meses após a queda no Australian Open na final.
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Ele revelou que mesmo sendo o terceiro do mundo acredita estar fazendo um torneio terrível e colocou culpa em parte na Associação dos Tenistas Profissionais. O tenista detonou as mudanças da temporada do calendário onde os atletas são obrigados a jogar um torneio ATP 500 a mais e a maioria dos Masters 1000 são jogadores em duas semanas.
“Ano terrível”, começou dizendo Zverev: “Muitas vezes me senti perdido em quadra esse ano principalmente após a derrota na final da Austrália (para Jannik Sinner em sets diretos). Sim, mais uma final de Grand Slam e fui para este jogo acreditando que poderia vencer. As duas outras finais tinha perdido em cinco sets, tinha perdido para o Carlos . Me sentia muito confiante, mas fui varrido na final na Austrália . Tirando o saque, ele fez tudo melhor que eu. Saí da quadra sem ideia, sem saber o que fazer”.
A seguir ele contou o burnout que viveu durante os torneios sul-americanos incluindo o Rio Open onde caiu nas quartas para o argentino Francisco Comesana. Na Argentina el perdeu para Francisco Cerundolo: “Cometi alguns erros depois disso. Ao invés de ficar em casa realizando o que aconteceu e trabalhando nisso eu fiquei três dias em casa eu fui para direto para a Argentina. Tive grandes momentos fora da quadra na Argentina, mas dentro de quadra jogando no saibro, na América do Sul estava jogando terrível, minha motivação não era a mesma. Não deveria ter feito isso. Não tem nada a ver com o lugar, eu visitaria de novo, mas jogar logo após a Austrália não deveria. Fiquei com uma espécie de burnout por alguns meses, não me sentia motivado para jogar, nem para treinar. Não estava curtindo ficar em quadra. Perdi várias partidas ruins, algumas em posição de ganhar, para jogadores que não deveria. Paguei o preço disso, você vive e aprende com isso. Acredito não foi algo bom para mim, sem dúvida. Tive algo bom que foi desistir de alguns torneios , tirar um tempo off e me sinto melhor de cabeça para competir . Talvez não joguei meu melhor tênis aqui no Canadá ou em Cincinnati , mas acho que virá no US Open onde acredito que posso ser um postulante (ao título)”.
Detonou o calendário
O tenista então foi perguntado sobre o calendário se escolheria menos torneios para chegar no seu melhor nos Grand Slams. Ele comentou das regras novas impostas pela ATP que atrpalham os atletas: “Eu adoraria. Mas como a ATP vem fazendo os termos hoje em dia é impossível. Temos os nove Masters 1000 que são mandatórios, a maioria são de duas semanas exceto Monte Carlo e Paris Bercy. Acredito que estas sejam as duas melhores semanas não só para os jogadores, mas para os fãs. Paris foi incrível ano passado, fui campeão, o que fica ainda melhor, mas você fica lá, joga suas cinco partidas e vai embora. Você não precisa ficar mais tempo, treinar em dias sem jogos, assim que os Masters eram. Todos os jogadores adoravam isso. Agora a ATP fez quatro torneios mandatórios ATP 500, eram três. Você não fica sem jogar 20 torneios no ano exceto se desiste de alguns desses grandes. Não sou fã de onde isso vai nos levar. Tirando o exemplo do Alex De Minaur por exemplo. Ele terminou o ano na Copa Davis no dia 26 de novembro e começou 2025 no dia 27 de dezembro. Como você tira duas semanas e prepara para uma nova temporada, não se tem mais tempo para isso. É um assunto que a ATP precisa pensar e achar uma solução. Não acho que os jogadores gostam desses Masters de duas semanas e até mesmo os fãs. Eles não gostam de esperar dois dias para seu jogador favorito jogar. Entendo que o tênis é um negócio, mas não acredito que esse plano de negócio esteja funcionando muito bem agora”.