A tcheca Marketa Vondrousova, campeã de Wimbledon 2023, não conseguiu conter a própria frustração diante da demanda para que ela realizasse um teste antidoping às 20h desta terça-feira em sua casa em Praga, na República Tcheca.
Ex-top 6 e atual 34ª da WTA, Vondrousova utilizou as redes sociais para publicar sua indignação com o atual sistema de coletagem de testes antidoping pelo passaporte biológico.
“Todos os dias nos é exigido esta em casa em uma hora específica para o controle antidoping. Eu respeito essa regra, todo santo dia”, inicia explicando a tenista.
“Hoje à noite, no entanto, um examinador chegou às 20h15 e me disse que o horário que eu declaro não é importante e que eu deveria ser testada naquele mesmo momento. Quando eu pontuei que estava fora da minha janela de horário e que aquilo era invasão da minha privacidade, me foi dito: ‘Esta é a vida de um atleta profissional‘”, contou ela.
“É normal para examinadores ficarem sentados nas nossas salas de estar enquanto nos esperam mijar? Isto não é sobre recusa de fazer teste”, reclama ressaltando: “É sobre respeito. Respeito pelas regras que seguimos, e respeito pela nossa vida pessoal que temos após um longo dia de trabalho em treinamentos e competições”, segue.
“As regras deveriam ser seguidas por todos. Mesmo por aqueles que as impõe”, finaliza a pupila do espanhol Diego Dinomo.
Ententa o passaporte biológico
Cabe destacar que o tênis possui um sistema internacional do programa antidoping chamado ‘passaporte biológico', com ele, para além dos testes realizados em competição, após sorteio aleatório dos testados, qualquer tenista pode ser testado em qualquer parte do mundo e isso pode incluir período de férias – raros são os casos. Com este sistema de passaporte biológico, o tenista precisa sempre informar ao sistema sua localização e horário em que está em sua hospedagem e/ou casa.
A recusa para realizar qualquer tipo de teste ou mesmo a não presença no local indicado é considerada uma violação do Programa de Antidoping do Tênis (TADP) e em caso de incidência em três vezes no espaço de 2 anos, o tenista é julgado como um violador expresso do código, com pena prevista de 2 anos.
Existem alguns casos famosos de violação do programa TADP, são eles o do brasileiro Igor Marcondes, da francesa Alizé Cornet e da romena Simona Halep, que, para além de ter sido considerada culpada pelo uso de substância proibida, também teria violado o passaporte biológico, informou a Agência de Integridade do Tênis (ITIA) à época.









