O tio e ex-treinador de Rafael Nadal, Toni Nadal, concedeu uma entrevista ao jornal italiano Gazetta dello Sport e fez uma proposta radical para tornar o tênis um esporte “menos violento”.
Diretor técnico da Rafa Nadal Tennis Academy, Toni foi questionado já nos primeiros questionamentos sobre uma das principais reclamações dos tenistas na atualidade que é o calendário extenso, mas ele discorda um pouco.
“Não se trata de uma questão de calendário. Muitos discordarão agora, mas o verdadeiro problema é que a bola está sempre muito rápida. Não é uma questão de quantidade, mas de intensidade e violência dos movimentos. Quase não existem mais jogadores “táticos” como (Guillermo) Coria ou (Gaston) Gaudio [ambos argentinos, finalistas de Roland Garros em 2004 – título ficou nas mãos de Gaudio], que tentavam construir o jogo. Hoje em dia, muitas vezes é apenas uma competição para ver quem bate a bola com mais força. E quando se fazem movimentos tão rápidos, quando se aproxima da bola em velocidade máxima, freia e recomeça, é fácil o corpo chegar ao limite e se lesionar. Acho que deveríamos tentar desacelerar um pouco o jogo”, opinou Toni Nadal.
Então a reportagem questiona o treinador em qual seria o modo de desacelerar o jogo e ele pontuou: “Eu sugeriria jogar com raquetes menores. Seria mais fácil para amadores e mais difícil para profissionais, e o jogo seria menos violento. A beleza do tênis está em poder ver a ação. Quando McEnroe ou Nastase jogavam, tudo estava ali: movimento, mão, tática”.
Toni Nadal ainda faz uma crítica direta ao esporte: “O tênis é o único esporte que começa com uma penalidade: se você sacar bem, o adversário não joga… Em outras modalidades, mudaram as regras para aumentar o espetáculo”. O espanhol ainda destaca três mudanças de regras colocadas no futebol após a Copa de 1990, que são o cartão amarelo para entradas por trás, três pontos por vitória – o que na opiniõ dele, levou todos os times do mundo a atacarem mais -, e a regra de recuo de bola ao goleiro, que não pode mais usar as mãos neste tipo de jogada.
Perguntado sobre o que precisa ser feito para mudar o tênis, Toni criticou: “Eles nunca vão mudar, porque a direção só se importa com os melhores jogadores. E preferem que tudo continue como está: ‘Não, não, se continuarmos assim, eu sou o número um, o número dois, não vamos mudar nada…'”.
Tio Toni também foi questionado se achava que Jannik Sinner é, como apontam muitos, um Novak Djokovic 2.0 e foi sincero: “Acho que Djokovic é um pouco mais completo. Sinner tem mais velocidade nos golpes, Nole um pouco mais de precisão. Ambos têm em comum o fato de sempre imporem um ritmo acelerado e possuírem um controle de bola excepcional, com movimentação de altíssimo nível”.









