Brigando jogo a jogo durante o ATP Finals pelo posto de número 1 do mundo ao fim da temporada, o italiano Jannik Sinner e o espanhol Carlos Alcaraz concederam juntos uma entrevista ao canal americano CNN e falaram de amizade, rivalidade e, claro, a disputa pelo número 1.
Os tenistas começaram a entrevista sendo questionados se não estão enjoados da cara um do outro: “Eu disse isso no US Open, mas na verdade estou vendo ele mais do que minha mãe. Mas quer dizer, eu nunca me canso de vê-lo”, iniciou Alcaraz.
“É bom e ruim, sabe? É um pouco dos dois, mas nós estamos felizes de nos ver”, completa Sinner.
Os tenistas foram questionados sobre o quanto compartilham de suas experiências um com o outro e o italiano explicou: “Quando você treina junto, quando nos vemos no vestiário, é ótimo. E aí é natural que a gente se conheça melhor, sabe?Conversamos sobre família, sobre a vida em geral e compartilhamos também algumas coisas pessoais. E é ótimo. Então, não acho que tenha mudado, só ficou melhor porque nos conhecemos melhor”, completou ele,
Sinner, de 24 anos, é dois anos mais velho que Alcaraz, mas os dois tenistas se enfrentam no circuito profissional desde 2019 e desde então já se enfrentaram 15 vezes, das quais sete foram finais. No confronto direto, Alcaraz tem vantagem de 10 a 5, tendo inclusive vencido o primeiro encontro entre eles em 2019.
Perguntados se gostam da palavra “rivalidade”, Alcaraz apontou para o lado que gosta do termo e Sinner concordou com veemência.
“Acho que a palavra rivalidade é usada no âmbito profissional.No tênis, a gente tenta encontrar as fraquezas um do outro na quadra, mas aí, quando a gente se cumprimenta e sai da quadra, a gente é totalmente diferente. Às vezes a gente esquece da rivalidade que rola no circuito e a gente vira ‘pessoa’. Então acho que isso é bom. E é isso que a palavra “rivalidade” significa”, declara o espanhol.
Os dois brincam com uma possível rivalidade em outros esportes. Alcaraz se recusa a uma disputa no ski com Sinner, que foi campeão juvenil europeu na modalidade, com chances reais de classificação aos Jogos Olímpicos de inverno. “Eu não vou falar nada das minhas habilidades no ski. No kart, ele me destruiu, mas acho que pelo menos posso competir sem me machucar, acho que pudemos nos divertir”, diz rindo o espanhol.
“Nós pegamos os extremos. Eu não sei nada de golfe. Não ouso competir (com Carlos) ali”, declara Sinner sorrindo e dizendo que não sabe se o rival está, em segredo, recebendo aulas de ski.
Questionados sobre a briga pelo número 1, Alcaraz que venceu oito títulos e dois Grand Slams declara: “É ótimo. Isso para mim, porque obviamente preciso de um resultado muito bom aqui se quiser terminar em primeiro lugar, para mim, os objetivos são praticamente os mesmos agora.
“Para mim, foi um ano diferente, com algumas situações muito incomuns”, iniciou Sinner que após a disputa do Australian Open cumpriu 90 dias de suspensão por acordo com a Agência Mundial de Controle Antidoping (WADA) pelo seu caso de doping em 2024.
“Com certeza existe essa motivação extra, essa pressão extra. Sabe, também é um privilégio estar nessa posição. É ótimo terminar o ano com uma vitória ou com um troféu incrível. Mas, novamente, não podemos esquecer como foi a temporada e tudo mais. Nós dois fizemos isso por dois anos e foi, mais uma vez, um ótimo ano”, completou.
Sobre seu melhor ano da carreira, Alcaraz não discorda: “Não posso esconder os resultados. Este foi o meu melhor ano até agora, sem dúvida, em termos de nível e consistência. Percebi que amadureci muito desde o ano passado, conseguindo entender algumas situações, perceber o que preciso fazer e me conhecer ainda melhor, o que preciso dentro e fora da quadra.
Então, acho que é uma situação geral dentro e fora da quadra que fez deste ano o meu melhor até agora”.
Ao fim da entrevista, os dois brincam sobre a mudança de visual de Alcaraz ao longo da temporada: “Foram três mudanças e minha equipe está preocupada sobre o que vai acontecer ano que vem”, disse rindo o espanhol.
“Eu acho muito legal essas mudanças, mas estou muito bem com o meu cabelo bagunçado”, se esquiva Sinner.
