Por Gabriel Vieira
Mantenho as esperanças que este torneio, o mais valioso em termos de premiação,
consiga uma melhor organização depois da “várzea” do ano passado, devido às chuvas
constantes. Este inconveniente natural obrigou, pelo segundo ano seguido, a final
masculina de simples ser disputada apenas na segunda-feira, e jogos de fases anteriores
tiveram que ser disputados em dias consecutivos devido à chuva, impossibilitando aos
tenistas o tradicional dia de descanso em Grand Slams. Mantenho as esperanças
também de que é possivel sim, cobrir a Arthur Ashe. Sem falar dos problemas de
infiltração em algumas quadras.
Vamos aos palpites sobre os principais tenistas:
Roger Federer
Ele dispensa apresentações. Vindo do pentacampeonato em Cincinnati e do hepta em
Wimbledon e ter recuperado o nº1 e quebrar o recorde de Sampras, o suíço, aos 31
anos, vem jogando de uma maneira tão competente quanto jogou na sua “era de ouro”.
Seus slices estão mais letais do que nunca, está seguro no saque, e seu ponto fraco, o
backhand, também deu uma evoluída. A chave do suíço está boa. Estreará contra
Donald Young, um jogador talentoso, mas que perdeu 18 das últimas 19 partidas, quase
quebrando o recorde negativo de Vincent Spadea(21). Poderá enfrentar Berdych nas
quartas, Murray nas semis e Djokovic na final. Chega a Nova York para tentar o hexa.
Andy Murray
Considero o britânico o segundo favorito porque, apesar das eliminações precoces em
Toronto e Cincinnati(na verdade, desistiu no Canadá), acredito que foram resultado de
uma “empolgação pós-ouro olímpico”, já que diante do feito acho que jogou um pouco
fora de foco, sem saber o tamanho do enorme feito que havia conseguido. Acredito que
este voltará focado, e certamente poderá repetir o desempenho. Jogando
agressivamente, focado, confiante, com um saque potente será muito difícil pará-lo. Já
achei bem provável ele ganhar Wimbledon, o que não ocorreu, embora isto só após os
acontecimentos da primeira semana.
Dessa vez, vejo que o atual campeão olímpico está mais amadurecido, certamente
aprendeu muito com Ivan Lendl, e o sonho de vencer seu primeiro Slam está mais vivo
do que nunca! Mas, para isso, provavelmente terá de passar por Raonic nas oitavas e
Tsonga nas quartas.
Novak Djokovic
Apesar do sérvio ser o atual campeão em Nova York e ser o favorito nas casas de
apostas, o considero “apenas” o terceiro favorito. Este venceu em Toronto, mas ali era
sua obrigação, pois não havia nenhum top 4 no seu caminho e acredito que este torneio
não serviu de parâmetro. Este, em Cincinnati, levou um baile de Federer no primeiro set
da final, com duplas faltas despretensiosas, cometendo muitos erros e aparentando estar
desconcentrado. Embora tenha perdido o set seguinte num tie break equilibrado, acho
que seu mental ainda não está em dia devido a seus problemas pessoais, e a derrota na
Olimpíada e em Cincinnati. Acredito que este só estará 100% competitivo quando este
problema estiver superado. Sei que pode jogar bem mais do que vem jogando. Deverá
ter um estreia facil e em seguida poderá enfrentar Rogério Dutra da Silva. Se acontecer,
será muito bom para o brasileiro pegar experiência contra um top 10 e jogar na Arthur
Ashe.
Juan Martin Del Potro
Campeão do US Open 2009, o argentino se lesionou pouco depois, passou bastante
tempo inativo, sofreu uma queda brusca no ranking, mas já voltou ao top 10. Vinha
jogando muito bem, deu trabalho para o Federer em Roland Garros e nas Olimpíadas,
inclusive se tornou o segundo tenista argentino a conseguir uma medalha olímpica, com
o bronze conquistado em cima de Djokovic. Sofreu uma lesão no punho, pôs em dúvida
sua presença em Nova York, mas deve jogar. Mas vamos ver até onde ele aguenta ir
com esse incômodo. Este é dono de um forehand poderoso, e, num dia em que estiver
acertando tudo, já vimos o que este é capaz de fazer. Este estreará contra o compatriota
David Nalbandian, no que promete ser um jogo interessante.
Thomaz Bellucci
Deu sorte o paulista no sorteio. Este certamente vem evoluindo, após os títulos em Braunschweig e o bi em Gstaad. Mais firme mentalmente, vem se dando bem em momentos delicados, mas ainda falta mais técnica ao seu jogo, melhorar nas subidas à rede, não trocar muitas bolas e usar mais slices. O seu saque sim, está em dia. O brasileiro enfrentará Andujar na estreia, um freguês, poderá enfrentar Haase ou Lopez na rodada seguinte e, se passar Andy Murray. O paulista venceu o único confronto contra o atual campeão olímpico ano passado em Madri.
Demais tenistas
Com a ausência de Rafael Nadal, David Ferrer deverá ter um caminho mais fácil até as
quartas, e acredito que não passará desta. Ele tem jogo para vencer qualquer um, mas
falta o mental necessário em certos momentos.
Tsonga tem um jogo de força, mas o mental é outro obstáculo a ser superado também.
Tomas Berdych aparentemente vem em queda livre desde Madri. Depois de perder a
final para Federer, foi eliminado precocemente em Wimbledon, na Olimpíada, e nos
dois Masters do US Open Series.
Mardy Fish é a principal esperança americana, e a pressão da torcida poderá pesar em
momentos delicados.
Não podemos esquecer de jovens como Milos Raonic e outros, que são muito perigosos
nestas superfícies mais rápidas, podem vencer os top 4, mas ainda falta um pouco mais
de experiência, talvez, para isto ocorrer.
Podemos esperar duas semanas de muito tênis, emoção, e,(tomara) dias ensolarados!
Gabriel escreve para a coluna Bate-Pronto, destinada aos jovens leitores que desejam ter seus textos publicados no site. O seu também pode entrar no Tênis News. Envie um email para tenisnews@gmail.com !









