Data Nascimento: 10/09/1976
Local Nascimento: Florianópolis, Brasil
Onde Mora: Florianópolis, Brasil
Altura: 1,90 m
Peso: 83 kg
Empunhadura: Destro
Profissional desde: 1995
Técnico: Larri Passos
Atual ranking: -
Melhor ranking: 1º (04/12/2000)
Ranking de Duplas: -
Melhor ranking de duplas: 38º (13/10/1997)
Carreira:
Desempenho Nível ATP: 358 vitórias 195 derrotas
Títulos Simples:
20 (Roland Garros 1997, Mallorca, Stuttgart 1998, Monte Carlo, Roma 1999, Hamburgo, Indianápolis, Roland Garros, Santiago, Masters Cup 2000, Acapulco, Buenos Aires, Cincinnati, Monte Carlo, Rioland Garros, Stuttgart 2001, Ciosta do Sauípe 2002, Auckland e São Petersburgo 2003, Costa do Sauípe 2004)
Finais:
9 (Bologna e Montreal 1997, Miami e Roma 2000, Indianápolis e Roma 2001, Lyon 2002, Indian Wells 2003, Viña del Mar 2004)
A carreira de Guga começou a ter destaque já na época de juvenil. Em 1994, ele foi campeão de duplas em Roland Garros, jogando ao lado de seu amigo Nicolas Lapentti. Na mesma temporada, ele foi vice-campeão do Orange Bowl, tendo sido derrotado justamente pelo seu parceiro na conquista do torneio francês.
O início como profissional
Em 1995, Guga se profissionalizou. Ainda sem experiência disputou apenas challengers, mas fez uma final em Medellin na Colômbia e caiu em duas na semi (Prostejov e Siracusa). No ano seguinte já fez sua estréia em Grand Slam. Na ocasião, com 19 anos, passou pelo qualificatório de Roland Garros, mas foi derrotado na estréia da chave principal pelo sul-africano Wayne Ferreira. Terminou o ano entre os 200 melhores.
Ainda em 1996, estreou pelo Brasil na Copa Davis contra a Venezuela em abril e meses mais tarde ajudou o Brasil a retornar à elite da competição, em tumultuado confronto contra a Áustria. Disputou seus primeiros torneios Grand Prix (os ATPs de hoje) e conquistou seu primeiro título e novembro no challenger de Campinas, derrotando o espanhol Galo Blanco na final. Ranking final: 88º.
Surpreendente 1ª conquista em Roland Garros
Guga começou 1997 disputando alguns dos principais torneios, sem muito sucesso. Mas, uma conquista no challenger de Curitiba, lhe deu confiança para surpreender o mundo em Roland Garros. Ele entrou como 66º tenista do ranking e faturou o título, eliminando três campeões anteriores. Na terceira rodada, ele superou Thomas Muster, que levou o título em 1995. Nas quartas de final, passou pelo russo Yevgeny Kafelnikov, que defendia o título. Na final, ele atropelou o bicampeão Sergi Bruguera. Na cerimônia, recebeu o troféu das mãos de Guillermo Vilas e Bjorn Borg.
Depois desse troféu, Guga viveu um momento conturbado. Muito se esperava dele na temporada, mas apenas dois bons resultados vieram com a final no Super 9 (atuais Masters Series) de Montreal e no torneio de Bologna. Guga chegou a passar algumas poucas semanas entre os 10 melhores do ranking, mas terminou em 14º.
No ano seguinte toda pressão estava depositada nas costas do catarinense e os resultados continuaram a não vir. Com várias eliminações precoces, muito se questionou sobre o seu potencial. Apesar disso, ele levou mais dois títulos. Em Stuttgart, derrotou o eslovaco Karol Kucera na final, de virada. Em Mallorca, passou pelo então campeão de Roland Garros, Carlos Moyá, que jogava em sua cidade natal. Em Roland Garros decepcionou, perdendo na 2ª rodada para a então desconhecida jovem promessa russa, Marat Safin. Voltou a figurar no top 10 por poucas semanas e terminou apenas em 23º.
Caminhada ao topo
Com os dois títulos, Guga voltou a crescer e teve em 1999 seu ano de afirmação no circuito profissional. Na temporada européia de saibro, ele conquistou os Super 9 de Monte Carlo e Roma. No primeiro, ele passou pelo chileno Marcelo Rios na decisão. No segundo, em atuação inspirada, derrotou o australiano Patrick Rafter. Diante das conquistas, seu nome era bem cotado para um bi em Roland Garros, mas ele esbarrou no ucraniano Andrei Medvedev, que não só eliminou Guga, como evitou uma histórica semifinal brasileira no Aberto da França, já que Fernando Meligeni foi o seu adversário. Ainda em 1999, ele chegou às quartas de final em Wimbledon e no US Open e jogou a Masters Cup pela primeira vez em Hannover na Alemanha. Em um grupo que tinha Pete Sampras, Andre Agassi e Nicolas Lapentti, Guga só venceu o equatoriano e foi eliminado na primeira fase. Em maio retornou ao top 10 de lá não mais saiu, alcançando o 3º posto em novembro. Finzalizou uma posição atrás.
O reinado de Guga
No ano 2000, o brasileiro teve um início irregular, com campanhas medianas em torneios no saibro. Apesar disso, faturou o título em Santiago, derrotando Mariano Puerta na decisão. Os ventos mudaram de direção no Masters Series de Miami. Com atuação destacada, Guga eliminou o número 1 do mundo Andre Agassi e fez uma final histórica contra Pete Sampras, em que perdeu em quatro sets disputadíssimos. A partir dessa final, ele deslanchou na temporada. Foi campeão no Masters Series de Hamburgo, derrotando Marat Safin na final em outra épica final de cinco sets. Depois, em Roland Garros, fez campanha de superação, vencendo partidas perdidas contra Yevgeny Kafelnikov e Juan Carlos Ferrero e passando pelo sueco Magnus Norman na final, em jogo que só aproveitou o 12º match-point.
Ainda em 2000, Guga conquistou seu primeiro título em quadras rápidas, em Indianápolis, derrotando Safin na final. Mas o auge da carreira do brasileiro veio na Masters Cup, no fim do ano, disputada em Lisboa. Na estréia, ele sentiu uma lesão e perdeu para Andre Agassi de virada. Jogando sem estar 100% fisicamente, ele passou com grande atuação pelo sueco Magnus Norman e pelo russo Yevgeny Kafelnikov. Na semi, derrotou Pete Sampras de virada, em partida memorável. Na decisão, Gustavo Kuerten colocou seu nome na história do tênis ao derrotar Andre Agassi por inquestionáveis 3 sets a 0 no que é considerado por ele seu maior jogo na história (triplo 6/4). Com o triunfo, ele se tornou número 1 do mundo, sendo o primeiro brasileiro a alcançar esse posto. Além disso, ele foi o primeiro sul-americano a encerrar uma temporada nesta condição.
Com o respeito dos adversários em alta, Guga partiu para uma temporada de 2001 que ia ser melhor do que a anterior, não fosse a inesperada queda de rendimento no final do ano. Logo no início da temporada, ele foi campeão dos ATPs de Buenos Aires e Acapulco, derrotando nas decisões José Acasuso e Galo Blanco respectivamente. Na temporada européia de saibro, foi campeão em Monte Carlo, derrotando o marroquino Hicham Arazi.
Em Roland Garros, entrou com o favoritismo, que confirmou de forma incontestável. Nas oitavas, mostrou força mental, para superar o desconhecido americano Michael Russell por 3 sets a 2 de virada, depois que seu oponente teve match point quando liderava por 2 a 0. Nas quartas, fez um jogo de altíssimo nível técnico contra Yevgeny Kafelnikov e venceu por 3 sets a 1. Ao final do jogo, ele ouviu rasgados elogios do russo, que chamou o brasileiro de “Picasso das quadras”, pela maneira como “pintava paralelas e cruzadas”. Na semi, ele deu uma aula de técnica em Juan Carlos Ferrero. Na decisão, saiu atrás, mas virou frente a Alex Corretja, com direito a um pneu no set final. Após o título, ele desenhou um coração na quadra e se deitou em cima.
Após o tricampeonato do Aberto da França, Guga levou ainda o título em Stuttgart, derrotando Guillermo Cañas na final e no Masters Series de Cincinnati, em que derrotou só tenistas entre os 25 melhores do mundo. O brasileiro chegou ao US Open como favorito. Mas perdeu nas quartas para Yevgeny Kafelnikov e, depois disso, o rumo. Com uma seqüência de derrotas, incluindo três na Masters Cup, Gustavo Kuerten perdeu sua liderança no ranking após 43 semanas para o australiano Lleyton Hewitt, que foi o campeão da temporada.
A cirurgia e a queda
Desde 2002, Guga viveu uma fase difícil na carreira. Nesta temporada, ele se submeteu a uma cirurgia no quadril. Voltou e só obteve um título, no Brasil Open, diante de Guillermo Coria. Terminou a temporada em 37º. No ano de 2003, ele teve um bom começo de ano, com o título em Auckland, em final contra Dominik Hrbaty, mas caiu de rendimento. No fim da temporada, ainda se sagrou campeão no carpete pela primeira vez, em São Petersburgo. Acabou o ano em 16º lugar.
O ano de 2004 ficou marcado por três momentos distintos. Na Costa do Sauípe ele faturou o título ao derrotar na final o argentino Agustín Calleri. Em Roland Garros teve lampejos de sua genialidade e mostrou um grande tênis, talvez o último jogo de alto nível de sua carreira, derrotado o então número 1 do mundo Roger Federer em sets diretos, em uma excepcional atuação. Mas os problemas físicos prejudicaram seu jogo nas quartas, quando foi eliminado por David Nalbandian. Como prova do respeito e do carinho da torcida francesa, ele foi muito mais aplaudido do que o argentino. O outro momento foi sua nova ida à sala de cirurgia, para nova operação no quadril. Acabou a temporada no top 40.
A luta e tentativa de renovação
Em 2005, ele teve um ano com apenas seis vitórias, duas delas na Copa Davis contra a modesta equipe das Antilhas Holandesas na 3ª divisão da Copa Davis. Emk Roland Garros Guga perdia para um modesto tenista espanhol m quatro sets e seu ápice foi uma vitória na 1ª rodada no US Open caindo na fase seguinte em duros quatro sets diante do espanhol Tommy Robredo. No meio da temporada, Guga tentou novos ares, rompeu com seu técnico desde adolescente, Larri Passos, e acertou com o argentino Hernan Gumy. Mas a mudança não deu muito certo. Em 2006, ele pouco atuou, já que se submeteu a intensivo tratamento para fortalecer o quadril e em setembro, deprimido, rompeu com Gumy e semanas depois anunciava sua volta com Larri.
Muito já especulava sobre a possível aposentadoria de Guga. O manezinho tentou, lutou, fez alguns jogos em 2007, entre eles partidas de challengers. Sem sucesso, Guga parou novamente para fortalecer o quadril e não mais jogou.
O adeus
No dia 15 de janeiro de 2008, Guga anunciava em uma coletiva de imprensa em São Paulo sua despedida das quadras em uma série de torneios onde mais gostava de atuar. A série começou na Costa do Sauípe com muita emoção, choro e homenagens após a derrota para Carlos Berlocq por 7/5 6/1. A segunda parada foi em Miami, local onde o brasileiro nunca havia sido campeão, mas trazia boas recordações por ser a arrancada ao topo. Guga perdeu por 6/1 7/5 para o francês Sebastien Grosjean, mas carimbou uma vitória nas duplas ao lado do amigo Nicolas Lapentti.
O terceiro duelo foi o último em território nacional no challenger de Florianópolis. Em uma quadra lotada para 4 mil pessoas, Guga surpreendeu e venceu seu último jogo na vida diante do colombiano Carlos Salamanca por um duplo 6/4. Nas oitavas perdia para o gaúcho Franco Ferreiro por 7/5 7/6 e novamente emocionava a todos. A fase seguinte foi em Monte Carlo. Com poucos dias de descanso e muitas dores no quadril, Guga não conseguiu produzir muito e perdeu 6/1 6/2 para o croata Ivan Ljubicic. Depois de uma parada, ele se despediu em uma emocionante partida diante do francês Paul Henri Mathieu, no palco sagrado de Roland Garros. O jogo foi 3 sets a 0 para o anfitrião, com parciais de 6/3, 6/4, 6/2. No final, ele recebeu uma bela homenagem dos organizadores do torneio. O troféu, com as camadas que compõem a quadra de saibro, foi erguido às lágrimas. Um ato final digno de um campeão.