Fernando Meligeni no episódio 59 do podcast New Balls Please
Crédito: Reprodução New Balls Please

Meligeni comenta revés de João Fonseca: ‘O processo vai demorar mais do que vocês estão imaginando’

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Fernando , ex-top 25 da ATP, fez uma análise da derrota de Fonseca em Toronto, e também sobre o atual momento do brasileiro.

Número 49 do mundo, Fonseca foi superado pelo australiano Tristan Schoolkate, 103º colocado, na primeira rodada do 1000 de Toronto, nesta -feira, com as parciais de 7/6 (5) 6/4. O brasileiro se mostrou apático em relação ao seu nível normal de atuação, e o australiano aproveitou, tendo uma boa performance e merecendo a vitória, com destaque para o seu saque.

Através do canal oficial do New Balls Please no YouTube, Meligeni fez ponderações a respeito da partida e também sobre as críticas em relação ao calendário do carioca de 18 anos.

“Jogo realmente abaixo do João. Não devolveu bem o saque, contra um cara que mostra o nível do circuito para aqueles que acham que o circuito é simples, fácil, e que jogar bem faz com que você vença todos os jogos. Foi um jogo de um cara que saca muito bem, mas que sacou bem porque o João esteve um pouco estático demais, sem mudar posições, sem mudar maneiras e tentar mexer com a cabeça do adversário. Não teve nenhum break-point. Os dois jogadores meteram muito a mão na bola, um jogo um pouco abaixo (de Fonseca)”, iniciou ‘Fino’.

Defende o Calendário

Fernando não concorda com as duras criticas dos torcedores com o calendário de Fonseca, que nos últimos meses tem jogado menos torneios, aumentando os períodos de “descanso” entre as competições. A última vez que ele havia jogado uma partida oficial antes de Toronto, foi há 24 dias.

Algo que deu para perceber que há muitas críticas com ele, é a respeito do calendário. Acho que é muito crítico você falar se está certo ou errado, se deveria ter jogado (ATP 500 na semana anterior). O jogador conversa muito com o seu time, debate sobre pausas, treinos, compromissos, sobre os momentos que você pode estar esgotado. Sem passar a mão na cabeça, mas não acho que o calendário está sendo mal feito. Está jogando campeonatos, hoje perdeu para um cara que teoricamente poderia ganhar, mas vejo como mais uma experiência.”

Preocupado com a apatia

O semifinalista de Roland Garros em 1999 identificou uma apatia em Fonseca na partida desta segunda-feira, diferente das atuações predominantes do , com mais intensidade.

Se me perguntarem, ‘o que te preocupa?’ Achei ele muito apático. Não vi ele vibrante, nem daquele jeito um pouco mais solto, o “jeito João”. Temos que entender também que o circuito faz isso com o jogador. Estou achando um pouco cedo para que ele já esteja sentindo essa ‘vibe pesada’. Uma pena a derrota, mas não vejo nenhum (outro) tipo de preocupação.

Alerta aos torcedores

Meligeni reforçou que o processo não é tão rápido como muitos imaginam. Os torcedores, muitas vezes, não consideram as dificuldades, variações e desafios do circuito, colocando uma expectativa muito imediata sobre Fonseca; e que tal “decepção” (por parte de alguns torcedores) não justifica comentários ofensivos.

“Quando eu falo pra vocês: ‘calma, vocês estão querendo demais’. Calma, perder faz parte. É normal, ele vai perder muito. Se estão achando que ele com 18 anos já vai estar no nível de Alcaraz, e Djokovic, estão enganados. Esse processo vai demorar mais do que vocês estão imaginando. Tomara que venham os absurdos em Cincinnati e no , e que a gente se surpreenda, mas o normal é que vai demorar. Mas se você acha que porque você tinha uma expectativa diferente, chingar, aí é com você, mas acho que você está errado.”

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