O ex-número 1 do mundo e atual 14º, Daniil Medvedev, concedeu uma entrevista ao canal do YouTube Bolse Tennis, na qual falou sobre sua campanha para o título em Almaty (Cazaquistão), o primeiro em 2 anos, possibilidades de disputar o ATP Finals e do foco em alcançar os dois melhores tenistas da atualidade.
Medvedev começou a entrevista falando que realmente começou a disputa em Almaty, na última semana, sentindo problema similar ao que teve em Miami, com uma constante dor nas coisas. O russo revelou que seu primeiro treino no Cazaquistão com o americano Alex Michelsen o deixou “quase sem andar”, mas que com o decorrer da semana tudo melhorou.
Ele destacou a dificuldade em bater o backhand no duelo contra o australiano Adam Walton na primeira rodada, mas as condições do torneio colaboraram: “Foi bom que houvesse altura e quadras rápidas, então eu ganhei o primeiro set no saque. E, então, eu relaxei um pouco, mas agora me sinto ótimo. Desde as semifinais, nada me incomodou, então me sinto ótimo”, disse.
Questionado pela campeã de Roland Garros 2004, Anastasia Myskina, sobre em que momento pensou que poderia ser campeão em Almaty, Medvedev sorriu e respondeu com bom humor: “Por um lado, quero responder quando ganhei um match point, porque não tenho um título há muito tempo [maio de 2023 – Roma] e levei muito tempo para chegar lá. Por outro, quero dizer que penso em vencer todos os torneios que jogo”.
“Quando você está nas semifinais, bom, restam apenas quatro (jogadores), há mais dois que você precisa vencer, mas parece mais perto se você não tem (Carlos) Alcaraz ou (Jannik) Sinner ali. Eu também pensei isso em Pequim e Shanghai”, completou ele que fez semifinal nos dois eventos chineses, mas não chegou à final, sendo derrotado respectivamente por Learner Tien e Arthur Rinderknech.
Medvedev foi questionado sobre uma pequena mudança na execução de seu saque e explicou como a mudança de equipe, feita recentemente após sua queda precoce no US Open, colaborou efetivamente para a chegada em resultados. O russo destaca que já foi top 10 por muitos anos, número 1 do mundo e que não há nada em específico no seu jogo que precise de uma mudança.
“Basicamente é isso (melhorar alguns pequenos detalhes) que Thomas e Rohan estão tentando fazer, é por isso que não há nenhuma jogada específica ou algo no meu jogo, que realmente mudou. Eles apenas me sugeriram algumas pequenas coisas, talvez, que ajudaram, seja no meu saque, ou mesmo na minha devolução em certos momentos ou ao bater voleios”, explicou.
O russo ainda destacou que conviver e conversar com novas pessoas mudou tudo como já havia previsto seu antigo treinador de longa data, o francês Gilles Cervara: “Minha energia simplesmente mudou, minha confiança voltou, e isso é o mais importante, e graças a isso, alguns golpes já saíram, porque, digamos, eu sempre fui capaz de fazer voleios e saques, mas isso requer confiança”.
Perguntado se Alcaraz e Sinner são melhores em 2025 que nas temporadas anteriores, Medvedev: “O problema é que não joguei contra eles este ano porque joguei mal e não cheguei ao nível deles, então não posso dizer se eles jogam melhor”, iniciou.
“Eles venceram, em princípio, quase todo mundo, então a diferença é grande, mas em uma partida de tênis específica tudo sempre pode acontecer. Lá, em Shanghai, estava muito quente, então você pode esperar qualquer coisa”, disse ele sobre o torneio em que Sinner acabou abandonando sua partida de segunda rodada.
“Quanto a mim”, seguiu o russo: “Se eu continuar a jogar cada vez melhor, como estou fazendo agora, essa diferença será reduzida. Não porque eles joguem pior, mas porque eu jogarei melhor, então, vou tentar fazer isso”, completou.
Ainda na conversa, Medvedev foi realista a respeito de sua participação no ATP Finals. Atual 13º na corrida para o torneio que reúne os oito melhores tenistas do ano, Medvedev está a 1025 pontos de distância do atual 8º fechando a lista de classificação, o italiano Lorenzo Musetti.
O russo destacou que teria de vencer ao menos dois títulos, sendo um deles um ATP 500 e ainda construir uma campanha com uma ideal final no Masters de Paris. Mesmo difícil, Medvedev confessa: “Acho que minhas chances em Turim são muito pequenas; estou muito abaixo no ranking em termos de pontos e tudo mais. Preciso, não sei, da final aqui, das semifinais em PAris, ou de duas finais. Mas tudo é possível, então eu só quero jogar um bom tênis. Digamos que eu jogue um bom tênis, e aí terei uma chance de um bom resultado e algo mais. Vamos ver no que dá”.
