Crédito: Swiss Indoors Basel
Crédito: Swiss Indoors Basel

João Fonseca tem temporada histórica e ascensão de ranking inédita no tênis brasileiro

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Aos 19 anos o carioca João já escreveu seu nome de maneira definitiva na história do tênis brasileiro e com uma carreira que está apenas começando. Relembre a trajetória de Fonseca na temporada e saiba quais feitos inéditos ele conquistou para o tênis brasileiro.

A temporada 2025 está encerrada para o carioca em razão de uma lombalgia. João Fonseca acabou derrotado na última quarta-feira pelo russo Karen Khachanov na segunda rodada do Masters de Paris e nesta quinta-feira oficializou sua desistência da disputa no ATP de Atenas, na Grécia, colocando assim fim na sua primeira e vitoriosa temporada no circuito ATP.

O brasileiro teve suas primeiras experiências no mais alto nível do tênis em 2024, quando recebeu convite para a disputa do Rio Open, onde fez quartas de final, e no ATP de Santiago, no Chile, na semana seguinte em que parou na estreia.

Entretanto, o jovem e sua equipe comandada pelo mineiro Guilherme Teixeira utilizaram o ano para construir uma ascensão semana a semana no . Naquele ano, Fonseca encerrou com de ouro conquistando o ATP NextGen Finals e colocando seu nome nos holofotes do tênis global.

2025 uma temporada histórica

Fonseca abriu o ano com confiança e conquistou nove vitórias consecutivas, 13, se somarmos as quatro vitórias no NextGen Finals. Na primeira semana do ano, Fonseca conquistou o título do Challenger de Canberra (Austrália) e na sequência furou o qualificatório do Australian Open e conquistou sua primeira vitória diante de um tenista top 10, o russo , então 9º, na estreia da chave principal.

A vitória de Fonseca em Melbourne sobre Rublev chamou a atenção do mundo e deu início a “Fonseca Mania”, como tem sido chamado o movimento de torcedores no entorno do brasileiro na mídia americana. O Australian Open foi o primeiro Grand da carreira do brasileiro.

Na sequência, ainda na Austrália, Fonseca caiu diante do italiano em sua primeira batalha em melhor de cinco sets da carreira e deixou boas impressões.

Da Austrália, Fonseca seguiu para Buenos Aires e na capital argentina derrotou quatro tenistas locais, incluindo o melhor sul-americano do ranking, Francisco Cerundolo, e ergueu no tradicional torneio portenho seu primeiro troféu ATP. Fonseca não conseguiu bitórias no Rio Open, mas não se abalou e seguiu para o piso rápido americano, onde jogou seu primeiro Masters 1000 em Indian Wells.

Na semana antes de Miami, Fonseca disputou e conquistou seu segundo título de Challenger da temporada, em Phoneix (Texas) tendo superado na campanha nomes como Jan Lennad Struff (Alemanha) e o vice-campeão do USOpen 2014 Kei Nishikori (Japão) para chegar à final e bater o cazaque Alexander , então 82º, que também viveu em 2025 o melhor ano de sua carreira após a campanha no Texas.

A ‘Fonseca Mania’ ficou evidente durante a disputa do Miami Open, onde a promessa brasileira chegou à terceira rodada sendo da programação do torneio e movimentando muitos torcedores.

Campanhas de terceira rodada também foram feitas em Roland Garros e Wimbledon. No US Open o jovem ficou na segunda rodada ao ser superado pelo tcheco Tomas Machac.

Logo após o Slam em Nova York, Fonseca foi fundamental na vitória brasileira contra a Grécia em Atenas pela disputa para Playoffs da Copa Davis e bateu Stefanos Tsistipas, o melhor tenista grego da história, que vive uma temporada ruim.

Fonseca ainda brilhou no primeiro dia da Laver Cup e ajudou a equipe mundo do capitão Andre Agassi a vencer o torneio. O carioca não disputou torneios na Ásia, optou por descansar e tornou-se o primeiro brasileiro campeão de um ATP 500 em mais de duas décadas ao erguer o título da Basileia (Suíça) no último domingo.

Ascensão meteórica e inédita no tênis brasileiro

As campanhas de Fonseca em 2025 marcaram a maior ascensão de um tenista brasileiro no ranking da ATP em uma mesma temporada. O carioca abriu o ano como 145º do mundo e fechará a temporada dentro do top 25, uma escalada de 120 posições. O que é inédito no tênis brasileiro.

Considerando a subida de brasileiros até chegar à lista dos 25 melhores do mundo, apenas Thomaz Koch conquistou performance parecida com a de Fonseca.

Na primeira temporada completa do sistema de ranking, ainda em organização no tênis profissional em 1974, Koch iniciou o ano como 210 do mundo e alcançou o posto de 24º em 20 de dezembro daquele ano. Uma escalada de 186 posições em ranking atualizados no máximo duas vezes ao mês. Cabe pontuar que na temporada 1974 os tenistas estavam apenas somando pontos no ranking.

Já com o sistema de atualização semanal e pontuação e descarte de pontos, Guga Kuerten superou a barreira dos 25 melhores do mundo em junho de 1997, logo após conquistar o título de Roland Garros sendo catapultado do top 75 para 15 do mundo. Naquela temporada, Guga abriu como 88 do mundo e teve uma subida de 73 posições para estar entre os 25 melhores do mundo.

Outro brasileiro que esteve entre os 25 melhores da ATP foi Fernando Meligeni, que em 1999 – ano em que foi semifinalista de Roland Garros -, chegou a ser 25º do mundo, seu melhor ranking da carreira em outubro. Meligeni abriu 1999 como 57º,uma subida de 32 posições.

O último brasileiro a estar entre os top 25 antes de Fonseca foi o paulista Thomaz Bellucci que em junho de 2010 chegou ao posto de 24 do mundo. Bellucci abriu aquela temporada como 36º e marcou uma escalada de 12 posições ao top 25. O melhor ranking da carreira de Bellucci é 21º do mundo, posto alcançado em julho de 2010.

Entre os melhores do mundo nas estatísticas

De acordo com a página de dados estatísticos da ATP, Fonseca figura entre os melhores da temporada em diversos fundamentos do tênis.

No quesito saque, Fonseca é o 17º melhor do ano com 66,9% de aproveitamento de seus saques e uma média de 6,6 aces por partida. O brasileiro é o quando a estatística aponta para primeiro serviço em quadra. Ele é 57º em número de aces com 243 marcados no ano. Fonseca é ainda o 33º em vencer pontos com seu primeiro serviço.

João Fonseca é 40º tenista que mais salvou breakpoints, e o 52º com mais quebras conquistadas.

Todos os dados consideram as partidas disputadas nos circuitos ATP e Challenger.

No ano, Fonseca venceu 25 partidas em nível ATP e perdeu 15. Foram torneios disputados, somando dois títulos em nível ATP (Buenos Aires e Basileia) e dois Challengers (Canberra e Phoenix).

Fonseca encerra o ano com premiação total de US$ $1.705.781, cerca de R$ 9,9 milhões.

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