Quarta partida na gira da América do Norte e quarta exibição abaixo das expectativas. João Fonseca termina sua preparação em torneios antes do US Open sem brilho.
Nesta segunda-feira ele foi dominado pelo francês Terance Atmane, 136 do mundo, que fez um jogo bastante agressivo desde o saque, errou muito, mas também aplicou muitos winners. Conseguiu anular o brasileiro que não encontrou soluções, salve uns dois games no segundo set quando já perdia por 4 a 0.
Terceira rodada de um Masters para um menino de 18 anos é um excelente resultado ainda mais com a expectativa de se bater o melhor ranking (no momento é o 44º, mas com bastante coisa a acontece ainda na semana), mas vendo as atuações em Cincinnati e em Toronto em todos os jogos o brasileiro não animou. Errou bastante na maioria deles, não conseguiu encaixar boas devoluções, não parecia solto e sem aquele sorriso em quadra. Talvez a pressão por vitórias, por desempenhar um bom papel tenha pesado.
É bom que se diga que todo o hype gerado em cima dele fez com que o jogo de João ficasse, digamos, manjado. E todo mundo quer tirar uma casquinha em quem está na crista da onda. João não vem sabendo resolver esses problemas quando tem rivais que incomodam seu estilo.
Agora terá quase duas semanas para trabalhar para o Aberto dos Estados Unidos onde foi campeão no juvenil em 2023 e conhece bem as condições e as quadras.
Ter atuações nada animadoras nos torneios preparatórios abaixam as expectativas, mas também podem não dizer nada para o US Open. Torneio diferente, condições diferentes, uma vitória sentindo bem a bola já pode mudar tudo. Mudar a confiança. A aura.
Recado aos torcedores
Importante salientar que João é um menino e naturalmente ainda está adquirindo maturidade. Todo garoto é muito seguro de si, quer resolver muitas coisas na pancada, na força e aos poucos vai aprendendo que não é bem assim que se ganham jogos. Logo ele segue no processo. Muitos fãs e torcedores precisam entender isso antes de qualquer coisa e dar tempo ao tempo como o próprio Gustavo Kuerten já disse, uns dois ou três anos para sabermos até onde ele poderá ir.