O chileno Cristian Garin, ex-top 17 e atual 100 , concedeu uma entrevista ao Clay durante o qualificatório de Wimbledon e falou entre muitas coisas a sua adaptação à realidade do circuito Challenger e do arrependimento de vencer Roland Garros juvenil em 2013.
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Questionado sobre como é olhar para trás e lembrar que há 12 anos venceu Roland Garros juvenil em uma campanha impressionante já para aquele circuito com vitórias sobre o australiano Nick Kyrgios, o croata Borna Coric e a final diante do alemão Alexander Zverev, Garin mostrou-se um pouco consternado:
“Olho para trás e sinto que tudo foi uma loucura. Toda a tensão, toda a pressão desnecessária que foi colocada sobre mim… foi muita coisa. Acho que foi uma fase que me ensinou muito com o passar do tempo, mas na época eu gostaria de ter tocado com um pouco mais de calma, sem tanta tensão. Você está lá sem nenhuma compensação financeira, pagando por tudo sozinho, com meus pais me ajudando também. Eles não tinham experiência no mundo dos esportes, então era como adicionar um problema à situação. Foi difícil, aprendi muito, mas sinto que não tirei muito proveito da situação”, revelou.
Aos tenista então lhe foi comentado que ele sempre chamou muito atenção do público e ele respondeu: “Sempre fui grato pelo apoio das pessoas. Gosto de jogar aqui nas eliminatórias de Wimbledon e ter 50 pessoas me apoiando. Em qualquer torneio que eu vá, até mesmo no Challengers, há pessoas. Tem coisas muito positivas. Mas naquele momento foi um pouco estranho sentir coisas negativas, críticas muito fortes para um menino de 17 anos”.
Então a reportagem questiona Garin diretamente se ele em algum momento disse a si mesmo que estava arrependido de vencer Roland Garros e ele foi muito sincero: “Sim, sim, pensei nisso várias vezes”.
Ao ser questionado que explicasse melhor o pensamento, o chileno explicou: “Foi algo em que pensei. Eu disse a mim mesmo que era quase um problema ter jogado o juvenil porque muitas pessoas me conheciam lá. Eu também estava em 350º do mundo aos 17 anos, eu já era um projeto, eu tinha o nível. Acho que terminei 250 naquele ano, aos 17. Eu tinha, como se diz? Não sei se eu tinha potencial para ser um astro, mas tinha potencial para ficar entre os 20 melhores, para ganhar títulos, e foi isso que eu acabei fazendo. Minha família não é dos esportes, eles nunca me pressionaram, me apoiaram em tudo. Então eu também não tinha um guia naquela época, e isso pode ter ficado um pouco complicado na época. A fase juvenil é estranha, porque ninguém te garante nada. E sendo sul-americano é ainda mais difícil“.









