Um jogo, às vezes um ponto em uma partida pode mudar o rumo de uma temporada e de uma carreira.
A vitória de Bia Haddad Maia é bem importante para resgatar uma confiança diante de uma nova sequência ruim que vinha surgindo – eram quatro derrotas até aqui -, mas as dúvidas são grandes para nós que acompanhamos jogo a jogo e estamos olhando o que acontece na quadra com a brasileira.
Nesta terça ganhou de Sonay Kartal. Bela vitória na raça, é preciso ganhar feio às vezes. Mas a questão psicológica da brasileira está preocupando demais. Está estranho.
Os contornos de drama chegaram no fim com Bia agonizando. Perna travada, se movimentando muito mal, recuperando em dado momento, sacando por baixo no final da partida . Sem pedir atendimento. Algo estranho. Normalmente cãibras impedem tenistas de pedirem atendimentos. Por regra não pode.
Bia foi questionada duas vezes pela ESPN na entrevista na quadra logo após o jogo. Ela deu respostas um tanto confusas, citou fantasmas, que eles não existem e que os problemas eram derivados de alguns pensamentos que ela vinha levando, admitiu que sentiu e que não foi a primeira vez. Disse que estava bem de físico. Tudo leva a crer que algo semelhante aconteceu em Cincinnati onde também sentiu dores na perna, agonizou no final e igual não pediu ajuda médica.
O ano é ruim. São apenas onze vitórias em 34 jogos. O bom nível aparece casualmente e a notícia ruim recente é que esses fantasmas estão influenciando diretamente no corpo da brasileira nos jogos.
A pressão agora no US Open é grande assim como terá no mês de setembro. São cerca de 1000 pontos a defender (quartas em Nova York e título de Seul). Uma derrota precoce nos Estados Unidos pode até tirá-la do top 30 – no momento estaria caindo para a 30ª colocação – e campanhas ruins nas semanas seguintes podem tirá-la do top 50 (é a 60ª no ranking da temporada).
Imagino que todos esses fatores estejam pesando na cabeça da Bia.
O momento transparece mais preocupação, mas igual torcemos para que ela espante os famigerados fantasmas e volte a ser a Bia que conhecemos. Que jogue livre, leve e solta.