O site da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) publicou nesta quarta-feira sua já tradicional lista com os cinco melhores jogos da temporada 2025 disputados em chaves de algum dos torneios do Grand Slam. O melhor do ano não é surpresa.
5º – Norrie (GRB) x Jarry (CHI) 6/3 7/6 (7-4) 6/7 (7-9) 6/7 (5-7) 6/3 – Wimbledon
Na quinta colocação está a duríssima vitória do britânico Cameron Norrie diante do chileno Nicolas Jarry pelas oitavas de final de Wimbledon em uma batalha de 4h27 e placar de 6/3 7/6 (7-4) 6/7 (7-9) 6/7 (5-7) 6/3.
Jarry chegou às oitavas de final em Wimbledon após uma campanha brilhante no qualificatório, furou para a chave principal e abriu ali a campanha em uma batalha também em cinco sets com o então oitavo do mundo, o dinamarquês Holger Rune. Na sequência, Jarry venceu dois dos melhores jovens da temporada, respectivamente, o americano Learner Tien e o brasileiro João Fonseca.
Em quadra, diante de Norrie e com torcida contra, Jarry teve outra das grandes apresentações em Wimbledon este ano, disparou 103 bolas vencedoras e 46 aces. O jogo teve uma breve suspensão para o fechamento do teto no quarto set e com o ambiente ainda mais fechado, Norrie se aproveitou do apoio e seguiu lutando para se tornar o quarto britânico da Era Aberta a fazer quartas de final em Wimbledon, ao lado de nomes como Roger Taylor, Tim Henman e Andy Murray.
Confira os melhores momentos da partida:
4º Bonzi (FRA) x Medvedev (RUS) 6/3 7/5 6/7 (5-7) 0/6 6/4 – US Open
O quarto na escolha dos melhores do ano vem da não tão surpreendente vitória do francês Benjamin Bonzi diante do russo Daniil Medvedev, campeão do US Open 2023 e ex-número 1 do mundo, justamente na estreia do US Open.
Bonzi e Medvedev entraram na Louis Armstrong, segunda principal quadra do complexo Billie Jean King National Tennis Center, menos de dois meses após a também batalhada vitória do francês diante do russo na estreia em Wimbledon.
A fase de Medvedev não era das melhores e o russo chegou em Nova York em má fase, caindo nas primeiras rodadas dos Masters anteriores. Somando aos resultados, a equipe do tenista também passava por seus problemas internos, que resultaram em ruptura com o treinador Gilles Cervara após 8 anos de trabalho.
Com tudo em ebolição, Medvedev ainda precisou encarar a pressão do público nova-iorquino com quem vive uma relação de amor e ódio desde a edição 2019 do US Open. Os gritos contra o russo começaram já no início da partida, quando ele decidiu brigar com o árbitro do jogo, Greg Allensworth, porque este determinou que Bonzi pudesse sacar novamente por ter sido atrapalhado por um fotógrafo que entrou atrasado e correu em quadra.
A pressão aumentou ainda mais quando o russo iniciou sua virada, que chegou a ser marcada por um set sem games confirmados do francês. O duelo foi tão equilibrado, que ao fim do jogo, Bonzi havia vencido apenas um game a mais que o russo em 19 a 18.
Confira os melhores momentosdo duelo:
3º Fils (FRA) x Munar (ESP) 7/6 (7-3) 7/6 (7-4) 2/6 0/6 6/4 – Roland Garros
O terceiro melhor jogo em Slams da temporada é a batalha de 4h25 pela segunda rodada de Roland Garros entre o local Arthur Fils e o espanhol Jaume Munar, que fez da quadra Suzanne Lenglen um caldeirão para pressionar a impressionante busca pela virada do espanhol.
O jogo foi marcado por muita intensidade dos tenistas, pontos longos e muita tática. Após perder os primeiros sets nos detalhes, Munar entrou em estado de graça adotando uma postura mais agressiva em quadra, o que fez com que o jogo mais rápido do francês se encontrasse com mais erros. Como resultado, dois sets impecáveis de Munar com placar de 6/2 6/0. No set decisivo, o equilíbrio voltou e a vitória se encaminhou para o lado do francês, que pressionou no 9º game, conquistou a quebra e sacou para a partida.
Ao todo, Fils disparou 69 bolas vencedoras a 43 e cometeu absurdos 84 erros não-forçados a 41 de Munar.
Após a batalha heroica, Arthur Fils não conseguiu se recuperar de uma fratura por estresse nas costas e abandonou o torneio sem ao menos entrar em quadra diante do russo Andrey Rublev na rodada seguinte.
2º Djokovic (SRB) x Alcaraz (ESP) 4/6 6/4 6/3 6/4 – Australian Open
O primeiro Grand Slam da temporada também teve seus grandes jogos e a condensação da intensidade do início da temporada se deu na virada do sérvio Novak Djokovic diante do espanhol Carlos Alcaraz pelas quartas de final em Melbourne.
Apesar da diferença geracional, pode-se dizer que Djokovic e Alcaraz já são velhos conhecidos e aquele duelo na Austrália era o oitavo da rivalidade e consolidaria a quinta vitória do sérvio.
Maior vencedor da história do Australian Open com 10 títulos, Djokovic chegou ao torneio com uma novidade e tinha em seu banco o ex-rival e ex-número 1 do mundo, Andy Murray, como treinador. Então com 37 anos, Djokovic buscava seu 25º Slam. Do outro lado da quadra, Alcaraz também era orientado por um ex-número 1, seu treinador de longa data Juan Carlos Ferrero, e buscava seu primeiro título em Melbourne, seu quinto Slam e o recorde de se tornar, aos, então, 21 anos, o mais jovem da história a vencer todos os torneios do Grand Slam.
O jogo teve um início de certo domínio do espanhol, que viu Djokovic pedir atendimento médico para a perna ainda no primeiro set, quando ele sacaria com 5/4 para fechar a parcial. O sérvio saiu em desvantagem em quadra, mas o atendimento fisioterápico melhorou sua mobilidade e o ajudou a buscar a virada, vencendo o jogo nos detalhes.
“(Esta) Foi uma das partidas mais épicas que já joguei nesta quadra, na verdade, em qualquer quadra”, declarou Djokovic na entrevista em quadra após vencer o jovem espanhol.
Na rodada seguinte, Djokovic viu-se obrigado a abandonar a partida de semifinal contra o alemão Alexander Zverev assim que perdeu o primeiro set.
Confira os melhores momentos do duelo:
1º Alcaraz (ESP) x Sinner (ITA) 4/6 6/7 (4-7) 6/3 7/6 (7-3) 7/6 (10-2) – Roland Garros
Para a surpresa de absolutamente ninguém, o melhor jogo do ano em Slams é a grande final de Roland Garros entre o espanhol Carlos Alcaraz e o italiano Jannik Sinner.
A batalha de 5h29 já é considerada uma das maiores finais da história dos Grand Slams e um ponto de partida para um novo momento do tênis, com alta rotação da bola, jogadores com muito recurso técnico e soluções habilidosas ou agressivas, apontam ex-tenistas e especialistas de todo o mundo.
Sinner vinha de título no Australian Open e um cumprimento de pena de 90 dias após fechar um acordo com a Agência Mundial Antidoping (WADA) por seu caso de doping ocorrido em março de 2024. O italiano ficou sem jogar entre fevereiro e maio e neste período o espanhol somou títulos em Roterdã (ATP 500) e no Masters de Monte Carlo. Sinner voltou às quadras em Roma, onde foi derrotado na grande final pelo espanhol, que na sequência o venceria em Paris.
A final histórica foi o 13º capítulo da maior rivalidade do tênis atual. Ela marcou a oitava vitória de Alcaraz sobre Sinner. Após aquele jogo épico, italiano e espanhol se enfrentaram em outras três ocasiões no ano, todas finais, são elas: Cincinnati, US Open e ATP Finals, as duas primeiras vencidas por Alcaraz e o Finals por Sinner.









