Crédito: AELTC
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A pressão para João Fonseca em Toronto

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Pode parecer contraditório, mas há alguns dias escrevi que era preciso colocar expectativas baixas em Fonseca para o Masters 1000 de Toronto, no á, pela quantidade de bons jogadores no e também por chegar sem nenhum outro evento preparatório na bagagem.

Mas o carioca terá que lidar bem com uma pressão que já vem batendo na porta neste começo do evento após o sorteio da chave. O de passar pelo menos as duas primeiras rodadas e cumprir o que não só a mídia nacional, mas a mídia mundial projeta, que é o duelo contra Alexander Zverev.

Na minha concepção é uma chave difícil. Pegar um qualifier na estreia com um jogo na bagagem, já acostumado com as condições e depois o ótimo Matteo Arnaldi, tenista encardido que tem ido bem em alguns torneios ao longo da temporada.

Mas precisamos analisar também as últimas declarações em entrevistas e postura do brasileiro no circuito como um todo. Ele afirmou que seu calendário mais enxuto em 2025 é para copiar os . Ótimo se sentir assim, confiante. Ele tem nível para tal, já fez alguns jogos como top 20 no ano, mas ainda não tem físico e consistência para ser de fato um jogador do grupo, tanto é que é o 47 do (49º na próxima ). É um baita ranking, histórico para o tênis brasileiro, mas ainda não “estourou” como se espera. E ainda tem muito tempo, afinal são apenas 18 anos e 11 meses. É um menino.

Só que essas declarações sobre o calendário e pretensões geram uma pressão para o começo do torneio de passar as duas primeiras barreiras. Pressão que ele sentiu na segunda rodada de Roland Garros, o qual acabou indo às lágrimas após a vitória ou a derrota na estreia do Rio Open após vir do título em Buenos Aires.

Na minha visão é uma chave bem traiçoeira. É preciso atenção, cuidado e suportar a carga de responsabilidade inicial. Passando por elas, vai cumprir as expectativas iniciais. E daí se vier um Zverev as coisas mudam, a responsabilidade muda de lado, mas igual ele pode se cobrar por ter uma boa atuação e caso não venha, a frustração vai aparecer.

Questão do calendário

Vejo muita gente questionando o calendário do João. Olhando para o futuro e vendo o quão duro e competitivo o circuito é, concordo com o brasileiro. É preciso dosar e fazer boas escolhas. 

Tem outros aspectos também que devem ser levados em consideração. Primeiro o bom ranking, sendo top 50 ou estando por ali perto você entra em todos os torneios sem quali. Ou seja, não precisa ficar buscando pontos aqui e ali em challengers ou ATPs menores.

Outra questão é a física. No início do ano João teve algumas dores no ombro, alguns incômodos. Não se tem mais notícias sobre o assunto, mas vendo o histórico de jogadores como Del Potro, Thiem, Nadal e vários que fizeram calendários robustos no começo de carreira e ficaram com lesões crônicas, sempre é bom dosar. 

Outra é o $$ que João já consegue cobrar por torneios ATP 500, 250 e exibições por todo o nível que tem e hype que ele conquistou. Ele vai jogar a exibição pré-US Open com Agassi e outras no dia de seu aniversário de 19 anos. Depois joga a Cup e já está confirmado na Basileia como uma das atrações do evento. É uma grana de bônus, de cachê. Por mais que ele tenha bons patrocínios, é um muito bem-vindo e costuma ser bem melhor que a premiação de primeiras rodadas da maioria dos torneios do circuito.

Só a equipe dele para identificar as melhores escolhas. Até o ele começou o ano fora dos top 100 e já é top 50 com aspirações de terminar o ano perto dos 30. Vem dando muito certo.

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