Tristan Schoolkate, 103 do mundo, nenhuma vitória sobre um top 50. Hoje conseguiu pela primeira vez. Sobre João Fonseca. Méritos para ele. Fez uma grande partida.
Já o brasileiro, na minha concepção, sofre sua pior derrota do ano. Caiu sim para Nicolas Jarry, 143 do mundo, na terceira rodada de Wimbledon, mas o Jarry estava nesse ranking por lesões etc, ele não pertencia aquela posição. O Schoolkate, até o momento, sim. E contra Jarry, João jogou bem e escapou nos detalhes. Nesta segunda-feira o brasileiro não esteve presente em quadra mesmo que estivesse lutando não foi o João que conhecemos.
Essa derrota desta segunda-feira em Toronto leva para o brasileiro algumas lições interessantes. A primeira e a principal. Ele ainda não é um top 20. E por mais que venha a ser em breve, não deve se comportar ainda como tal. Até mesmo os top 20, alguns top 10 buscam torneios preparatórios antes das grandes competições.
Era visível sua falta de ritmo na partida de hoje. Não se encontrou com a devolução. Pegou um rival com ritmo, adaptado, sacando muito bem. Não encontrou soluções, mudanças em seu jogo para virar o panorama. Mais uma vez não teve um Plano B. Tem dias que as pancadas não vão entrar e é preciso encontrar alternativas, variações, incomodar o oponente às vezes com um jogo “mais feio”.
Agora terá mais dez dias de preparação para Cincinnati e chegará novamente sem ritmo de jogo e provavelmente pressionado pois deve pegar um rival de ranking e potencial qualidade abaixo dele. Se encarar outro sacador ou algum corta físico pode sofrer novamente e chegar no US Open com a confiança em baixa e sem ritmo uma vez que não tem outro torneio programado já que marcou uma exibição com lendas no dia 21 de agosto em Nova York.
O calendário do João vem dando muito certo até aqui tanto é que sua subida no ranking é incrível, mas a derrota de hoje pode ser um choque de realidade e liga um alerta que o patamar do brasileiro ainda está um pouco longe do que ele quer atingir.
E a pressão, como havia alertado, pesou. João jogou preso, não foi o João que estamos acostumados. A responsabilidade era grande. A expectativa pela possível terceira rodada contra Zverev que a mídia nacional e internacional apresentou no sorteio da chave parece ter tirado o brasileiro da melhor sintonia.
De qualquer forma é mais um dia de aprendizado para um guri que, precisamos lembrar, completa 19 anos no final do próximo mês. E ele tem muito a aprender.