O ex-top 4 e antigo diretor de Roland Garros, Guy Forget, falou ao site francês TennisActu para comentar a surpreendente separação dos espanhóis Carlos Alcaraz e Juan Carlos Ferrero, uma parceria de mais de 7 anos desde o juvenil até o posto de número e uma soma de seis títulos do Grand Slam com apenas 22 anos de Alcaraz.
“Estou um pouco surpreso, como muitos fãs de tênis, porque a colaboração foi mais do que frutífera. Sabemos o quanto Carlos Alcaraz deve a Juan Carlos Ferrero, que o treinou durante muitos anos e realmente não sabemos a raiz do problema”, iniciou.
“Eu não diria “o problema”, mas o que realmente aconteceu entre eles —, principalmente porque faltam apenas algumas semanas para o início da próxima temporada. Então, podemos imaginar que eles já estejam se preparando. Portanto, não é, imagino, o cenário ideal para Carlos Alcaraz. Mas quando uma colaboração dá tão certo e gera tantos bons resultados, podemos sempre nos perguntar: será que o futuro será ainda melhor? Será difícil superar isso”, completou.
O francês então foi confrontado com as hipóteses da razão da separação ter sido por questões financeiras ou desavenças entre Ferrero e a família do jogador: “A primeira hipótese, eu acho um pouco estranha, porque hoje em dia as somas geradas por jogadores como Carlos Alcaraz ou Jannik Sinner são tão exorbitantes que… quero dizer, um técnico como Juan Carlos Ferrero hoje, não consigo imaginar que não tenha recebido o que vale. Então, se for esse o caso, é francamente ridículo, porque um jogador que deve estar gerando, sei lá, 30 milhões de euros por ano, que paga ao seu técnico 800 mil ou 1,5 milhão… no fim das contas, isso lhe rende muito mais do que ele poderia “pagar”, de qualquer forma”.
Forget que era diretor de Roland Garros quando Alcaraz conquistou seu primeiro título ali em 2022, segue: “segundo motivo, que provavelmente é o mais plausível na minha opinião, é que, em algum momento, as tensões acumuladas com as pessoas ao seu redor — com razão ou não — muitas vezes quando as coisas não vão muito bem, nem sempre são direcionadas diretamente ao jogador: são a noiva, a esposa, o pai, a mãe, o agente. Às vezes, sabemos que há agentes que estão no centro do problema e que, de certa forma, alimentam os conflitos. O que é uma pena, repito, é que essa colaboração seja tão eficaz, tão frutífera… Sabemos o que temos, mas não sabemos o que teremos depois. Quando você tem um jovem campeão como ele, aos 22 anos, tendo conquistado tudo com seu mentor… e, de repente, o equilíbrio é rompido””.
Guy Forget ainda destacou que 2026 pode ser um ano complicado por Alcaraz dado o rompimento com Ferrero e o fato do tenista ser muito jovem. Forget dá o exemplo do espanhol Rafael Nadal que por décadas esteve acompanhado de seu mentor, treinador e tio, Toni Nadal e pontua: “Isso lhe deu calma, confiança e estabilidade para que ele seguisse seu caminho”, considerou o ex-top 4.









