A americana Billie Jean King derrotou o Bobby Riggs por 6/4 6/3 6/3 em Houston, em setembro de 1973, levando para casa o prêmio de US$ 100.000 (R$ 540 mil) na histórica Batalha dos Sexos.
Estima-se que 90 milhões de pessoas em todo o mundo assistiram à vitória de King, então com 29 anos, em uma partida melhor de cinco sets contra um ex-campeão de Wimbledon e do US Open de 55 anos – um feito lembrado como fundamental para o movimento pelos direitos das mulheres e a luta pela igualdade no esporte.
No próximo dia 28 de dezembro, a atual número 1 do mundo, Sabalenka, enfrentará o vice-campeão de Wimbledon de 2022, Kyrgios, de 30 anos, em Dubai, em uma partida que também está sendo chamada de “Batalha dos Sexos”.
Questionada se via alguma semelhança entre as partidas, King disse à BBC Sport: “A única semelhança é que um é um homem e a outra é uma mulher. Só isso. Todo o resto, não. A nossa partida foi sobre mudança social; culturalmente, sobre onde estávamos em 1973. Esta não é”, criticou.
“Espero que seja uma grande partida – quero que Sabalenka ganhe, obviamente – mas simplesmente não é a mesma coisa.”
“Joguei três sets contra Bobby, em uma quadra, sem mudar nada”, recordou King: “Eu disse: ‘Olha, ou jogo limpo ou não jogo'. E Bobby adorou.”
A partida de King aconteceu alguns meses depois de Riggs — que morreu em 1995 aos 77 anos — ter derrotado a número um do mundo, Margaret Court, por 6-1 e 6-2, na primeira “Batalha dos Sexos”.
A partida foi disputada no mesmo ano em que King fundou a Associação de Tênis Feminino (WTA) e três anos depois de um grupo de jogadoras, apelidado de As Nove Originais, romper com a estrutura do esporte.
Também ocorreu na época da promulgação da Lei do Título IX nos EUA, que proibia a discriminação com base no sexo em qualquer escola ou programa educacional e garantia igualdade de benefícios, oportunidades e tratamento para equipes esportivas masculinas e femininas.
“A minha foi realmente política. Foi difícil, culturalmente falando, com tudo o que estava sendo discutido”, acrescentou King, de 82 anos.
“Eu sabia que precisava derrotá-lo para promover mudanças na sociedade. Eu tinha muitos motivos para vencer.”









