O italiano Marco Cecchinato concedeu uma entrevista ao blog espanhol Punto de Break, em Alicante, na Espanha, onde se prepara para a temporada 2019, após viver o melhor ano de sua carreira em 2018. Cecchinato falou sobre a vida no circuito e opinou sobre privilégios.
O italiano falou muito sobre a reviravolta que sofreu na carreira após abrir o ano fora do top 100 e entrar abril sem nunca ter vencido uma partida em nível ATP e na mesma época vencer seu primeiro título profissional: "Foi comos e a cada semana eu derrubasse uma nova porta, não importava se era no saibro, grama ou piso rápido. Para mim, isto é o mais importante, ter sido competitivo em todos os pisos e não somente no saibro", pontuou ele que somou em 2018 em termos financeiros metade de seus ganhos totais na carreira.
"Fora do top 100 é complicado, por sorte este ano ganhei muito dinheiro. Isso muda a vida, antes só jogava Challenger e, de vez em quando, algum ATP. Economicamente foi uma mudança radical", analisou ele que terminou as últimas temporadas anteriores nas cercanias do top 100 e disse que nestas condições ainda é possível viver do tênis, mas um pouco a baixo as coisas são "bem difíceis".
Há quase cinco aos, Cecchinato, então com 20 anos, foi investigado pela Federação Italiana de Tênis (FIT) a respeito de envolvimento com a máfia de venda de resultados e foi absolvido. Questionado sobre o tema, o italiano disse que o assunto está "encerrado" e não quer "resgatá-lo".
Perguntado sobre o prêmio, que poderia ter vencido como melhor evolução do ano, Cecchinato elogiou o campeão do prêmio: "Quem ganhou foi o [Stefanos] Tsitsipas, ele jogou também um ano incrível e se fixou muito perto do top 10. Foi merecido".
Sobre a polêmica declaração do francês Jullien Benneteau que disse que os melhores do circuito são privilegiados e protegidos em torneios, Cecchinato foi perguntado se passou a ter privilégios ao se tornar um top 20: "Acho que não. Os los únicos que podem ter alguns privilégios são [Roger] Federer, [Rafael] Nadal ou [Novak] Djokovic, mas para mim está tudo certo. Eles são o top 3, se estão ali, é por alguma razão".
Questionado se a vitória contra Djokovic em Roland Garros foi seu momento mais feliz no tênis, o italiano refletiu: "na minha vida guardo muitos momentos felizes, mas no tênis ainda segue esse, além disso me lembro como se fosse ontem. No match-point estava muito tendo, que não queria pensar em nada, apenas que aquele fosse o último ponto. Depois disso, demorei quase um mês para assimilar que havia vencido Djokovic, é um momento difícil de descrever".