Por Fabrizio Gallas - Número seis do mundo nas duplas e vice-campeão do ATP World Finals, sendo o primeiro brasileiro a alcançar a decisão de tal torneio desde Gustavo Kuerten em 2000, Marcelo Melo já iniciou a pré-temporada para 2015 e planeja voos mais altos.
Melo está trabalhando com o técnico Daniel Melo em Belo Horizonte e ainda esta semana inicia treinamentos em quadra. Bruno Soares se juntará a Marcelo por um período após o término da IPTL, na Ásia.
"O foco será no físico, ficar mais rápido de pernas e bem dessa parte para aguentar firme a temporada que será longa", disse o brasileiro que em 2014 teve um ano problemático onde se lesionou durante o Australian Open e não contou com seu parceiro habitual, Ivan Dodig, em Roland Garros e Wimbledon.
"Foi uma temporada excelente. O fato do Ivan ter se machucado por três meses - não jogamos juntos dois Grand Slams e na Austrália machuquei as costas durante o torneio -, poder classificar para o ATP Finals e ter feito a final. Foi um ano com vários problemas, mas ao mesmo tempo contornamos", aponta Melo destacando o resultado em Londres, no ATP Finals, como melhor do ano onde também foi vice-campeão do Masters de Toronto.
Segundo o brasileiro, a devolução foi o ponto principal para disparar até sua melhor posição - o terceiro lugar:
"O saque e a devolução foram os principais pontos que melhorei esse ano, estou ajudando muito mais o Ivan (Dodig) nas devoluções , dando mais chances e dando mais tranquilidade pra ele. A devolução foi um ponto onde mais melhorei. Venho trabalhando, dando mais foco nela, passei a trabalhar de forma mais agressiva na devolução".
O mineiro abre a temporada com o bielorusso Max Mirnyi em Auckland e depois joga com Dodig no Australian Open. Ele definirá sua vida a seguir lá na Austrália dependendo do que Dodig fará e segue tentando convencer o parceiro a jogar no Brasil, apesar das condições de saibro não serem as ideais para ele. Marcelo jogará pelo menos o Rio Open, seja com o parceiro que for.
"Quando ele (Dodig) estava entre os 50 poderia escolher mais os torneios. Agora pode acontecer dele precisar disputar um quali ou outro ou esperar até a última hora para ver onde vai entrar".
O mineiro tem claro sua meta para 2015: "Nossa meta é buscar um título maior, um Masters 1000 e um Grand Slam, que já batemos na trave".
Apelidado de Girafa, Melo é um dos defensores por maior mídia para duplas. Para o mineiro, a atenção vem melhorando bastante no Brasil.
"Está melhorando sim, mas acho que pode ser ainda melhor quando a gente entende a diferença de simples e duplas, mas também não cria uma distância tão grande assim. Eram 14 anos sem um brasileiro numa decisão de Finals, última vez com o Guga. Os resultados que eu e o Bruno estamos obtendo praticamente não tivemos ou tivemos bem pouco em outras épocas. Às vezes um resultado de simples parece que é igual a uns 10 de duplas e não são resultados pequenos. Não sabemos quando que isso acontecerá de novo. Às vezes parece que quando passou o dia do resultado parece que termina o dia e acabou, parece que não aconteceu. O que não quero que aconteça é que quando a gente parar não fique aquela sensação que pouco se aproveitou como foi na época do Guga quando ele estava no auge e pouco se aproveitou o boom dele", disse.
"Hoje em dia a CBT nos apoia bastante e vejo que muito mais gente está divulgando e apreciando dupla, jogando dupla , a imprensa está apoiando mais, mas precisamos aproveitar mais para não ficar aquela lacuna de gente pensando que não deram mais valor ao Bruno e ao Marcelo pelos resultados que tiveram".