Por Fabrizio Gallas - Antes da coletiva do Rio Open, batemos um papo com Thomaz Bellucci. A frase que o número 1 do Brasil comenta no título não é o caso do rompimento com o espanhol Francisco Clavet. O paulista generalizou ao ser perguntado sobre seu sétimo treinador em oito anos.
O brasileiro traçou os perfis que deseja no novo comandante que está indefinido.
TN - Você rompeu com o espanhol Francisco Clavet. O que aconteceu ?
TB - Tinhamos contrato até o final do ano, ele disse que tinha outros projetos para a carreira dele pois eram muitas viagens e tinha a família dele que queria ficar mais perto, então cada um seguiu seu rumo.
TN - Qual sua avaliação dessa temporada ? Você jogou muito bem no piso duro nesse final de ano...
TB - Foi uma temporada positiva, lógico que tive anos bem melhores, começar o ano em 130 e fechar em 65 lógico que é bem positivo. Já tinha jogado bem em quadra rápida, tinha feito final em Moscou, em 2012, e esse ano foi o que melhor joguei no fim de ano, são quadras e torneios com piso duro e coberto não tão rápidas, então consigo ter um pouco mais de tempo pra jogar, trabalhar melhor os pontos , quadra não tão rápida me favorece.
TN - Depois de Daniel Orsanic (Argentina) e Francisco Clavet (Espanha), você tem dito que dará prioridade por um novo treinador brasileiro. Por qual motivo ?
TB - Tem chances de ser um técnico brasileiro, pois fica mais perto, mais próximo, não é preciso viajar pra fora. Com o Pato às vezes eu ficava aqui e ele lá (na Espanha), quero ver um cara um pouco mais próximo, estou vendo com alguns técnicos, não fechei com ninguém ainda.
TN - Você fará uma parte da pré-temporada com o João Zwetsch. Vocês já trabalharam juntos e atualmente o João é capitão da Copa Davis e desde o ano passado comanda a Tennis Route ,no Rio de Janeiro. Qual a possibilidade dele vir a ser o seu treinador ? Tem algum impeditivo dele ser capitão da Davis e comandar a academia no Rio ?
TB - Não (nenhum impeditivo). João é um cara que gosto bastante, somos amigos. Não conversei nada com ele sobre o ano que vem, ele tá com o Gui (Clezar) , é técnico da Copa Davis. Ele é técnico da Davis e contratado da CBT, então não me impediria, mesmo que eu venha a fechar com um outro treinador, que passe algumas semanas com ele.
TN - E o Larri Passos ? Alguns atletas têm saído da academia dele e ele está focado com a Tamira Paszek. Teria essa chance de um retorno ?
TB - Não estou com muito contato com o Larri no último ano, perdi um pouco o contato com ele, é um bom técnico, não descarto ninguém, nem o João e nem o Larri, os dois são bons técnicos e sou muito amigo deles . Larri é um cara com experiência e com muito potencial, ainda estou analisando e tenho um bom tempo para definir.
TN - Já sabemos que você deseja um treinador brasileiro. Mas qual é o perfil de cara que você quer ao seu lado ?
TB - Eu quero acima de tudo um cara que seja companheiro , fora da quadra seja meu amigo também. Possa me acrescentar e lógico que tenha experiência, conhecer os adversários, saber os pontos fracos deles. Hoje em dia não tem muita coisa pra mudar no meu jogo, é difícil mudar praticamente, mas é um cara que tenha experiência para que ajuste para cada jogador (que enfrentar), o que pode fazer a diferença.
TN - Há alguns anos você criticou os técnicos brasileiros, comentou que faltavam bons nomes no mercado e agora quer um deles para ser seu treinador...
TB - Falei aquilo naquela época, mas não falei que todos não seriam bons. Hoje em dia mudou bastante, melhorou em relação ao que havia dito anos atrás, temos um leque maior de opções, muitos jogadores que pararam e são técnicos como o Marcos Daniel, Júlio Silva, Ricardo Mello. O tênis brasileiro vem evoluindo.
TN - Você está indo para seu sétimo técnico desde 2007 (Leandro Afini em 2007, Leonardo Azevedo em 2008, João Zwetsch em 2009 e 2010, Larri Passos 2011, Daniel Orsanic em 2012 e 2013 e Pato Clavet em 2014). Não atrapalha esse constante troca-troca ? Ou você está acostumado e isso não interfere na tua evolução ?
TB - Não acho que atrapalha, acho que você tem que colher o melhor do seu treinador no trabalho. Todos os treinadores que trabalhei conseguiram acrescentar coisas pra mim. Nesses casos de mudança (na maioria) achei que não estava evoluindo muito então a mudança é sempre boa, trabalhar com um técnico novo , sempre tem coisas novas que o treinador novo pode me passar por mais que seja um técnico europeu, um sul-americano . O trabalho à longo prazo adianta quando tá dando certo . Agora quando não tá dando certo, não adianta persistir no erro e continuar com o cara que não te evolui , então a partir do ponto que tá indo bem na evolução lógico que à longo prazo ajuda na evolução.