Por Fabrizio Gallas - O Tênis News bateu um papo com o brasileiro Bruno Soares, bicampeão de duplas mistas do US Open e número 10 do mundo nas duplas, que adorou o formato e atmosfera do International Premiere Tennis League, liga asiática com estrelas.
Bruno ficou entusiasmado com a disputa da primeira etapa (em Manila, Filipinas) do inovador evento que tem como um dos organizadores um de seus técnicos, o americano Scott Davidoff. Sua equipe é o Singapore Slammers que terminou a primeira perna com três derrotas. O mineiro jogou duplas mistas nos dois primeiros dias.
O brasileiro, que no meio deste ano foi eleito para o Conselho de Jogadores da ATP, que discute novas regras e ações da entidade representando os atletas, se mostrou pessimista para que as regras adotadas entrem no circuito. Ele apontou apenas uma que pode vingar no futuro.
Tênis News - Quais suas impressões gerais sobre o IPTL ? Curtiu ? Bruno Soares - As impressões são ótimas, realmente uma grande ideia, inovadora, dinâmica, divertida e ao mesmo tempo extremamente competitiva e estamos representando um time, uma cidade, o Singapore Slammers (de Cingapura) e todo mundo pegou o espírito de equipe e é muito bacana compartilhar isso com todas essas lendas do tênis, as lendas, caras que já foram e são os melhores do mundo. O formato é muito bacana pro fã, pro espectador, ele é rápido, é dinâmico, emocionante a todo momento, as coisas acontecem muito rápido, muita pressão, participação da equipe no banco. Pra mim é uma grande honra poder estar no primeiro ano do evento.
TN - Você é membro do Conselho de Jogadores da ATP. Acredita que alguma dessas regras inovadoras podem valer no futuro do tênis ou serão muito difíceis de serem aprovadas por agora e num futuro próximo ? Tivemos um veto do Shot Clock há pouco tempo. Como você viu essas regras novas, além do Shot Clock, como o Power Point e Shoot-Out ?
BS - A grande maioria das regras aqui são muito difíceis de serem implementadas. É uma coisa muito inovadora e diferente para ser implementado na ATP. A única que vejo uma possibilidade futura a ser considerada é a regra do let (o no-let, pontua continua se saque bate na rede e bola cai na área de serviço). Já estamos conversando sobre isso, são opiniões divididas, mas esse assunto já foi tocado algumas vezes. O resto acho impossível. O Shot-Clock, o Power Point são impossíveis, são coisas muito diferentes do tênis, das regras e espírito que se tem hoje e do esporte, só mesmo numa competição inovadora como o IPTL.
TN - A regra do No-Let foi testada ano passado nos challengers e pelo visto a ATP não aprovou com várias reclamações de tenistas pelo menos por aqui no Brasil. Ainda estão discutindo essa regra ? Qual a inovação que você mais curtiu na IPTL ?
BS- Realmente não passou, foi vetado e não quiseram mudar a regra. Mas é assunto que sempre está em pauta e nunca foi descartado. Não sei quando voltará a ser comentado, difícil falar. Das regras eu gostei de todas. O Power Point é sensacional, o Shot-Clock também. Mas são coisas que são possíveis num torneio como esse numa dinâmica diferente. O Shot-Clock só é possível pois estamos jogando um set, num ritmo muito acelerado, impossível jogar melhor de três sets sem parar, nesse ritmo, melhor de cinco nem se fala. São regras que cabem ao contexto que é aplicado aqui. E muito complicado aplicar isso no circuito, e por ser um torneio por equipe com esse contexto, fica legal aqui.
TN - E você joga todas as etapas ? Férias já tirou ou não ? Pré-Temporada ? Já definiu o calendário ? Ano que vem joga com o Alexander Peya, correto ?
BS - Jogo as quatro etapas. Não tirei muitas férias, tirei alguns dias na verdade e vou tirar um dia aqui, outro ali, já comecei minha pré-temporada aqui (na Ásia), preparação física intensa e já comecei na quadra e voltando pra Belo Horizonte vou continuar. Ano que vem disputo Doha (Qatar), Auckland (Nova Zelândia) e Australian Open. Jogarei com o Alex (Peya) novamente.