Por Jairo Garbi, consultor da Tênis ProShop, http://www.tenisproshop.com.br - Como um fã de Roger Federer, fiquei muito feliz em saber que o ídolo, embora seja especial, está as voltas com testes para trocar sua eterna Wilson Pro Staff 90 por uma raquete de tênis nova.
Mas, minha felicidade não veio exclusivamente do novo equipamento, que com certeza vai agitar o mercado num futuro próximo, e sim da clara intenção do Federer de continuar nas quadras por um bom tempo ainda.
Muito provavelmente sua fidelidade à marca Wilson continuará, ficando o mistério mesmo por conta das características técnicas dessa raquete. De tudo que vi e ouvi até agora sobre o assunto e, isso inclui conversas com o staff da Wilson, a única certeza sobre a nova raquete é de que ela terá área de cabeça maior do que a anterior, ou seja, deverá passar de 90 polegadas quadradas para 98.
Raquetes com área de cabeça maior, em geral, oferecem um sweet spot maior também, e isso reduz o castigo no braço quando se rebate a bola fora do centro ideal das cordas.
Embora o protótipo usado por ele no torneio da Alemanha tivesse 16 por 19 cordas, tal qual sua raquete anterior, a área de cabeça maior com o mesmo número de cordas representa uma trama mais aberta das cordas, o que aumenta a potência de bola, o efeito spin e o conforto. Como prejuízo técnico, haverá uma redução no controle de bola, mas isso poderá ser administrado com um discreto aumento de tensão nas cordas.
Ganhar potência de bola através do equipamento representa ser mais agressivo em quadra e poupar o braço de um esforço exagerado, ou seja, até mesmo quem tem o braço ultra preparado para o esporte e rebate o maior número de bolas no centro ideal das cordas, pode ter algum incômodo. Além disso, bolas potentes reduzem as chances de ataque dos adversários, os colocam para trás da linha de base e criam um tempo maior para se reposicionar.
Características técnicas como peso, equilíbrio e largura do perfil dessa nova raquete ainda são desconhecidas, mas é de se supor que haja uma redução no peso, se comparada a sua raquete anterior, e um pequeno deslocamento do equilíbrio para a cabeça, embora ainda continue fortemente para o cabo. Também é de se imaginar um aumento de um ou dois milímetros na largura do perfil.
Enfim, vejo clara tentativa do Federer de otimizar seu conforto e a velocidade de sua bola. E, se isso der certo, vamos ter a sorte de contar com ele nas quadras por mais alguns anos.