Henrique Cunha surgiu como grande promessa brasileira ao atingir o sexto lugar juvenil mundial em 2008. Mas ele recebeu uma proposta da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, morou e estudou por quatro anos por lá e agora está de volta full-time ao profissional.
Cunha cursou marketing e administração na universidade e foi um dos destaques chegando ao número 1 do ranking de simples e duplas da NCAA, a Associação esportiva das universidades norte-americanas. Só para se ter uma noção do feito do tenista de 22 anos, nomes como James Blake, ex-top 4 da ATP, e John Isner, atual 21º, estudaram a treinaram tênis nas universidades americanas antes de se profissionalizarem.
"Minha experiência jogando tênis universitário pela Duke foi excelente. Eu não só melhorei nas quadra, mas também cresci como pessoa. A experiência de estudar em uma universidade prestigiada foi única na minha vida”, relata Cunha que continuará podendo se aprimorar nas quadras da universidade já que contará com a estrutura local como base para seguir seus treinamentos no início do profissional que começou na semana passada com uma série de torneios future na Turquia.
“No meu jogo, melhorei muito meu preparo físico e sinto que estou mais preparado para encarar o circuito profissional”, afirmou o tenista que em sua primeira competição alcançou as quartas de final.
Cunha pretende ter sucesso em sua empreitada, mas quer ir melhorando pouco a pouco no ranking: “Recebi a proposta para ficar aqui na Universidade com estrutura para os treinos e não hesitei em ficar.Tenho grandes expectativas no circuito profissional, mas também tenho consciência que nessa fase tem que ter paciência e insistência", avalia o tenista que jamais recebeu proposta para atuar com a nacionalidade americana. Se recebesse ele destaca qual seria a resposta: “Nunca aceitaria. Sou brasileiro e amo meu país”.
Como ficou afastado do Brasil por quatro anos e longe dos holofotes de torneios e mídia, Cunha também corre atrás de um patrocínio. A Universidade americana banca sua estrutura de treinos e preparação física, mas não cobre despesas em passagens e treinador.
“Agradecemos muito ao técnico principal de Duke, Ramsey Smith, e o diretor de tênis, Jay Lapidus, que deram toda essa estrutura olímpica que temos para treinar o Henrique. Mas, como a maioria dos jogadores brasileiros, ele está em busca de patrocínios para poder seguir fazendo tudo corretamente. Hoje ele não conta com aporte para viagens, tira do bolso dele”, afirma Daniel Dip, treinador do tenista que destaca o potencial do atleta.
"Henrique é um jogador de muito perfil profissional, que sabe exatamente o que quer e onde quer chegar e está sempre disposto a trabalhar. O importante agora é somar muitos jogos para que ele adquira um bom ritmo e vá se sentindo cada vez mais seguro no circuito. Assim sendo, seu ranking irá crescer”.
Prêmio no US Open - Cunha estará presente no US Open deste ano para receber o prêmio como melhor tenista de duplas da NCAA da temporada. Receberá também o prêmio Arthur Ashe de Esportividade e Liderança. Ashe foi campeão do US Open, Aberto da Austrália e Wimbledon e foi líder em causas sociais em sua época como tenista.