Muito se espera, obviamente, do suíço Roger Federer, que na temporada de 2004 se posicionou a alguns degraus acima dos seus adversários, proporcionando muitos “chocolates” nas finais de grandes torneios, com destaque para os “pneus” dados a Andy Roddick e Lleyton Hewitt, respectivamente, em Wimbledon e no US Open. O número um do mundo carrega em sua bagagem esse ano sete títulos em três diferentes pisos.
Em Halle, Alemanha, torneio preparatório para Wimbledon, comprovou a boa fase ao derrotar o russo Marat Safin em uma final decidida no derradeiro set. Federer, em termos numéricos, não é ameaçado por nenhum concorrente no curto prazo. Entretanto, depois da conquista de Nadal em Roland Garros, e de sua conhecida versatilidade, o melhor tenista da atualidade certamente se encontra receoso a respeito do fenômeno espanhol.
O que aguardar de Lleyton Hewitt? Depois de fraturar uma costela em um acidente caseiro, o australiano mostrou um bom tênis em Queens, onde sucumbiu diante do gigante croata Ivo Karlovic, de 2,08 metros na terceira rodada. Sua garra é conhecida por todos, e certamente é um nome que deve ser respeitado em Wimbledon.
Mas, sua falta de ritmo deve atrapalhar, e será difícil defender os pontos das quartas do ano passado já pode ser considerado um bom desempenho para o atual vice-campeão do Australian Open.
Andy Roddick é imprevisível, já que depende muito do fundamento saque. De acordo com os números desse golpe crucial para sua sobrevivência em quadra, ele poderá ou não levantar o troféu de Wimbledon esse ano. Em Queens, mostrou um bom aproveitamento de seu serviço. Mas, no fundo da quadra, trocando bolas, se mostra muito vulnerável para bater nomes como Roger Federer, Lleyton Hewitt e Marat Safin. Apesar de embalado com seu tricampeonato no mencionado torneio, não demonstra muita eficiência na linha de base, em voleios e nem em "drop shots".
Marat Safin é irrefutavelmente um grande nome para Wimbledon, apesar de sua contusão no joelho, que o levou a afirmar que depois do terceiro Grand Slam do ano repousará por pelo menos quinze dias. É capaz de partidas memoráveis, como aquela semifinal no Australian Open, quando derrotou o número um do mundo, o suíço Roger Federer, mas também é propenso a sucumbir em primeiras rodadas de torneios importantes diante de adversários pouco expressivos. É sempre uma ameaça devido ao seu serviço avassalador e ao seu talento, mas apresenta oscilações no aspecto psicológico.
Além dos citados, são dignos de menção: o britânico Tim Henman, um dos melhores voleadores do circuito, fundamento crucial em quadra rápida como a grama; o bom sacador, voleador e ágil tenista Sebastién Grosjean; e por último o gigante Ivo Karlovic, que apesar de pecar no aspecto agilidade, compensa com o seu serviço avassalador.
É como se um novo circuito começasse depois de Roland Garros, já que muita coisa muda. Os jogadores, salvo algumas exceções, se alternam na condição de favoritos. O piso muda, as perspectivas se modificam, e o esporte se transporta da charmosa Paris para os ares aristocráticos de Londres. O público, impecavelmente bem trajado, irá presenciar um nome sendo escrito, ou reescrito no chão sagrado de Wimbledon.