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Wilander: 'A atenção de 2013 será no retorno ou não de Nadal'

Sexta, 21 de dezembro 2012 às 18:29:27 AMT

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Tênis Profissional
Mats Wilander, de 48 anos, fez sucesso como profissional. Faturou sete Grand Slams, foi número 1 do mundo por 20 semanas. Ele enfrentou os grandes de sua época e como comentarista da Eurosport conhece a força dos nomes atuais e se baseia em Rafael Nadal para analisar de 2013.

O nórdico conversou com o Tênis News esta semana no Rio de Janeiro, no Copacabana Palace, onde terminou em quarto lugar no torneio ATP Champions. O veterano foi categórico quando perguntado sobre sua opinião na briga pelo circuito masculino em 2013. Para Wilander, tudo dependerá de Rafael Nadal, que está parado desde julho com uma lesão no joelho e retorna na próxima semana.

"A grande questão é se o Rafa vai voltar bem fisicamente. Se Nadal não voltar teremos mais um ano igual ao de 2012 onde sentiremos sua falta. Se ele voltar bem será um ano olhando por ele. Ele é um jogador sensacional, com incrível personalidade e uma personalidade do tênis e do mundo. Tanto Nadal quanto o Roger Federer, quando não estão jogando, merecem toda a atenção," destacou o sueco que preferiu não opinar sobre um campeão para o Australian Open de 2013 que começa no dia 14.

"Não escolho nínguem pra ganhar o Australian Open, eu amo ver o Nadal preparado e boas partidas. Andy Murray precisa estar com tudo, com agressividade, sem pressão, estar relaxado e com Ivan Lendl (seu treinador) ao seu lado. Com Novak Djokovic não temos com o que se preocupar. Não devemos nos preocupar com o Federer porque ele mesmo não se preocupa com ele."

O que Mats mais teme é que o tênis feminino sofra com Serena Williams. A americana fez uma pequena cirurgia no dedão dos dois pés esta semana, mas a princípio joga em Melbourne: "No feminino se Serena não puder jogar é como se no masculino não tivessemos Nadal e Federer juntos".

'Há 26 anos reclamo da minha esposa', diz sobre a discussão do calendário

O tenista que se aposentou em 1991 tocou em assuntos delicados como a reclamação dos jogadores do calendário. Em 2012 a ATP deu mais duas semanas de folga e os tops aproveitaram o tempo para disputarem exibições.

"Sou casado há 26 anos e critico minha esposa todos os dias, é parte do jogo, parte da natureza, nunca teremos nada perfeito," sentenciou: "Alguns tenistas disputam 30 torneios ao ano, outros 15. Sempre o ano é muito longo no tênis, mas se consegue fazer muito dinheiro. No futebol por exemplo você tem um período de férias, mas no tênis são semanas de férias. Esse assunto nunca vai morrer pois todo mundo tem opinião diferente."

Durante os últimos Grand Slams alguns tenistas do top 15, top 20 como Gilles Simon e Janko Tipsarevic foram espinafrados ao reclamarem da premiação igual nos Majors entre homens e mulheres. Mats foi político, mas confessou que os homens trabalham mais: "Você pode observar isso de maneiras diferentes. Em 1988 joguei uma semi de Australian Open contra o Stefan Edberg que foi mais longa do que Steffi Graf jogou durante todas as suas partidas até a final. Steffi jogou 5h em seis partidas e nós jogamos 5h40. Óbvio que os homens trabalham mais duro nos Grand Slams, mas isso não importa, é uma questão mundial de igualdade. Todo tipo de pessoa seja homem, mulher, gordo, ou magro, enfim, é igual. Agora os homens no circuito todo, tirando os Grand Slams, acabam fazendo mais dinheiro que as mulheres," continuou Wilander que avaliou os homens como sendo bem pagos nos torneios, mas concordou com a ideia da reclamação da maioria apontando que a divisão nos Majors "poderia ser mais justa".

Wilander trabalhou até o fim de 2009 como capitão da Suécia na Copa Davis. Atualmente ele não possui mais cargos no tênis no país, mas faz críticas aos técnicos e comandantes do tênis local. A Suécia não possui nenhum tenista entre os 350 melhores do mundo, o melhor é Patrik Rosenholm, no 380º lugar.

"Não achamos a forma correta de ensinar as crianças em se tornar melhores e melhores quando saíssem da faixa dos 17 e 18 anos, eles pararam de evoluir. Acho que foi parte culpa da federação sueca, parte culpa dos técnicos. Os treinadores estão apenas assistindo o que os profissionais estão fazendo, e isso não é a melhor maneira para levar o tênis às crianças. Os jovens estão querendo ser um Djokovic da vida aos 12 anos e eles têm que ser eles mesmos. Na Suécia os técnicos estão tentando fazer jogadores ao invés de torná-los capazes de se tornarem jogadores".
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