Por Fabrizio Gallas - Thomas Enqvist se aposentou do tênis em 2005 e em sua carreira chegou ao quarto lugar do ranking, em 1999, ano do vice-campeonato do Australian Open. Até semanas atrás era o capitão da Copa Davis da Suécia, mas desistiu do cargo para dar prioridade ao seu filho.
Em bate-papo com o Tênis News durante o ATP Champions no Rio de Janeiro, Thomas comentou sobre o momento de dificuldade que o tênis sueco vive, um país que já teve nomes consagrados como Mats Wilander, dono de sete Grand Slams, Bjorn Borg, vencedor de onze Majors, além de várias figuras importantes recentes como ele, Jonas Bjorkman, Thomas Johansson entre outros. Mesmo sem jogadores entre os 350 do mundo, a perspectiva na visão de Thomas é boa (Patrik Rosenholm, 380 do mundo é o melhor classificado).
"Se você olhar por nossos profissionais, estamos com dificuldades no momento, o melhor por enquanto é 400 do mundo, mas se você olhar pelos juvenis, temos bons nomes vindo aí e espero que possamos dar a volta por cima. De melhores juvenis temos o Elias Ymer, de 16 anos, que foi vice do Orange Bowl, temos bons jovens dos 14 anos que foram campeões Europeus e outros bons valores nos 18, 19 anos. Daniel Berta terminou como número 1 juvenil, ganhou Roland Garros, mas teve dificuldades por um ano e meio com lesões e isso atrapalhou no seu desenvolvimento que era esperado".
Enqvist confessou que esteve há poucos meses com Robin Soderling. O tenista esteve entre os cinco melhores do mundo, fez duas finais de Grand Slam, em Roland Garros 2009 e 2010 e conseguiu façanha nunca obtida por nínguem até hoje, derrotar Rafael Nadal no saibro de Paris. Mas desde julho de 2011 está afastado por mononucleose e não tem previsão de retorno.
Para o veterano, Robin está fazendo de tudo para voltar a jogar: "Obviamente ficamos na expectativa da volta de Robin Soderling, foi uma infelicidade ele ter que fazer essa parada longa de por enquanto um ano e meio", disse: "Bati bola com ele duas vezes em outubro e definitivamente Soderling está no caminho certo. O problema é que nínguem sabe, nem ele, quando estará de volta e se ele estará de volta. Pode levar mais dois meses ou então dois anos, agora o que posso assegurar é que Soderling realmente quer voltar a jogar, ele fará tudo o que estiver ao seu alcance para retornar".
Saída do time da Copa Davis - Thomas comandou o time sueco da Copa Davis do fim de 2009 até a última eliminatória na derrota para a Bélgica que culminou no rebaixamento da equipe nórdica à segunda divisão, o Grupo I do Zonal Euro-Africa. Ele explicou o motivo da saída - o novo capitão é Fredrik Rosengren: "A federação queria um capitão que viajasse com os jogadores, os acompanhasse nos torneios durante o ano todo, isso demandava muitas viagens, tenho um filho e acabou que ficou inviável viajar assim, mas desejo boa sorte, estarei torcendo pela equipe", continuou.
Dono de 19 títulos quando profissional e aposentado há sete temporadas, Enqvist é um dos que mais participa de eventos do circuito de veteranos da ATP pelo qual joga esta semana no Rio de Janeiro no Copacabana Palace. O tenista, núymero 4 do ano do circuito, admite que sente falta "da adrenalina dos grandes e longos jogos, de ficar nervoso para uma importante partida".
Thomas atualmente trabalha para emissoras suecas nos comentários dos principais torneios de tênis. Ele não arriscou um palpite para o Australian Open, só acredita que o título ficará entre os atuais top 4. Só queria ver novidades: "Não vejo no momento nada que possa mudar esse cenário dos top 4 como favoritos, será uma surpresa que alguém de fora desse grupo viesse e ganhasse. Seria bom que alguém de fora desse um passo a mais e beliscasse um Slam, um deles poderia ser o Tomas Berdych que já mostrou a qualidade para tal e Del Potro é outro que pode, aliás, ele já ganhou um Major".
Sobre a luta pelo número 1 para 2013, Thomas acredita que tanto Murray como Federer tem possibilidades e que a briga será apertada inclusive com a chegada de Rafael Nadal que retorna após lesão: "Murray tem condições de ser número 1, não acho que esteja faltando nada. Todos os top 4 estão muito perto um do outro. Todos eles chegam nas finais nos Slams e ser número 1 é uma questão mais de quem vai vencer mais esses torneios. Após vencer o US Open. Murray mostrou que está preparado para conseguir essa façanha e será um forte candidato. E enquanto o Federer estiver curtindo jogar tênis ele será um pretendente ao número 1, ninguém tem o talento que ele possui".