Por Ariane Ferreira - A turnê de Federer terminou em São Paulo com saldo positivo,
mas, além do calor, apresentou vários problemas na organização do ginásio do Ibirapuera. Passaram pelo evento 40.125 pessoas, incluindo público, funcionários, imprensa e os tenistas.
O torneio-exibição fluiu em seus quatro dias de maneira organizada para os padrões de
eventos esportivos encontrados no Brasil. Não houve nenhum incidente grave, apesar de
algumas loucuras promovidas por fãs enlouquecidos por uma foto ou um sorriso de algum dos
atletas. O alvo favorito era sempre Roger Federer.
A principal confusão se deu porque os ingressos para os jogos eram de cadeiras numeradas,
mas isso muitas vezes não foi respeitado pelos próprios espectadores. Foi o caso do médico
Dante Luiz Marques de Oliveira, que saiu da cidade de Serra Negra, no interior de São
Paulo, para acompanhar a partida deste domingo. “Cheguei aqui, meus ingressos eram da
fila ‘M’, que estava toda ocupada, então o orientador me mandou procurar um lugar vazio”,
relatou.
O médico e seu filho, Bruno de 11 anos, acabaram se acomodando na área reservada a
imprensa, pois este era o espaço disponível próximo às cadeiras que ele comprou.
A aposentada Lurdes Santana, ao lado na neta, sofreu para encontrar sua posição, também
no anel inferior, na noite de sexta-feira. “Quase entrei pelo portão errado, tudo porque a
segurança me mandou pro lado errado. Agora a mocinha dali de cima mandou a gente descer
e só tem cadeira ‘exclusiva para a imprensa’ e o jogo vai voltar e eu não tenho onde sentar”, desabafou a senhora.
Dona Lurdes ficou sentada por alguns games na área destinada à imprensa e voltou a sua
saga em busca do seu assento. Após a partida contou à reportagem do Tênis News:
“Encontrei, estava quase do lado da mocinha que não soube me dizer onde era”.
A confusão com os assentos ocorreu principalmente em virtude da falta de educação de parte
das pessoas que não respeitavam a marcação colocada pela organização. Entretanto, a falta
de preparo de parte da equipe de segurança, tanto para orientar, quanto para instruir os
espectadores, geraram problemas como o de Dona Lurdes ou mesmo bate-bocas. A reportagem
do Tênis News presenciou vários deles, muitas vezes motivados por respostas
atravessadas da equipe que deveria zelar pela segurança e bem estar dos visitantes.
Outro grande problema do Ginásio do Ibirapuera foram os ambulantes. Apesar da melhoria de
comportamento destes trabalhadores desde o Brasil Open, faltou o treinamento de que
em jogo de tênis, por mais que seja exibição, é necessário silêncio e estar sentado durante as
disputas dos pontos.
Sem considerar o preço abusivo exercido pela lanchonete do Ginásio. Um crepe doce, por
exemplo, que era comercializado a R$5,00 no Brasil Open, foi vendido a R$7,00 no Challenger
Tour Finals na semana anterior e por R$10 durante a Federer Tour. A justificativa deles foi:
“A senhora sabe, o pessoal aqui ó ... (fazendo sinal com o polegar e o dedo indicador, como
representação de serem pessoas com dinheiro). Não sou eu não, é o patrão”, disse com
um sorriso sem graça.