Por Vitor Souza Paula - O bimestre de julho e agosto foi sem dúvida o mais memorável do ano, pois
marcou a ascensão do sérvio Novak Djokovic ao topo do ranking desbancando Rafael Nadal, após o título em Wimbledon conquistado em cima do espanhol.
O Aberto de Wimbledon começou sem maiores surpresas na chave masculina. O
torneio que vinha morno começou a esquentar mesmo nas quartas de final.
Djokovic, que jogava para ser o número um do mundo, teve muito trabalho
contra o jovem e talentoso Bernard Tomic, enquanto o hexacampeão Roger
Federer sucumbia pelo segundo ano consecutivo na antepenúltima fase, dessa
vez em uma dolorosa virada diante do bravo Jo-Wilfried Tsonga, em cinco
sets.
No lado de cima da chave, o atual campeão Rafael Nadal acabou mais uma vez
com as esperanças de Andy Murray e derrotou o britânico nas semifinais,
enquanto Nole se credenciava à sua primeira final no All England batendo
Tsonga por 3 sets a 1.
Nadal chegava com leve favoritismo na decisão, mas Djokovic apresentou um
tênis de altíssima qualidade e foi superior, marcando 6/4 6/1 1/6 6/3
sobre o espanhol na decisão. Na comemoração, o sérvio comeu a grama
sagrada de Wimbledon e fez muito festa. No dia seguinte, ele apareceu pela
primeira vez no topo do ranking de entradas da ATP, e foi recebido como
herói em Belgrado.
Entre os brasileiros, Bellucci decepcionou e perdeu na estreia para o
alemão Rainer Schuettler. Ricardo Mello voltou a vencer em Majors ao bater
o canadense Frank Dancevic na primeira rodada em 5 sets, mas caiu na
segunda fase diante de Michael Llodra.
Entre as mulheres, Wozniacki caiu nas oitavas, e Sharapova chegou à final
como favorita. Mas do outro lado estava a tcheca Petra Kvitova, que depois
de um torneio nem tão brilhante bateu Victoria Azarenka nas semis. A final
foi marcada por domínio total da canhota que bateu a musa por 6/3 6/4 e
alcançou o maior feito de sua carreira.
Na sequência do mês, Robin Soderling foi campeão em Bastad, no torneio
que encerraria sua temporada precocemente. Gilles Simon foi campeão no ATP
500 de Hamburgo, Juan Carlos Ferrero mostrou que ainda está vivo no
circuito com o título em Stuttgart e Alexandr Dolgopolov levantou seu
primeiro caneco como profissional em Umag.
Nos Estados Unidos, John Isner foi campeão em Newport e perdeu na semana
seguinte a final de Atlanta para Mardy Fish, que na semana seguinte perdeu
a final de Los Angeles para Ernests Gulbis. No ATP 500 de Washington, o
tcheco Radek Stepanek surpreendeu e ficou com o título.
Os tops voltaram à ação nos Masters 1000 de Montreal e Cincinnati, e
Djokovic seguiu impossível, faturando o título no Canadá sobre Mardy
Fish na decisão. Em Ohio, o sérvio lutou contra o cansaço, mas começava
a dar sinais de desgaste ao precisar abandonar na decisão contra Andy
Murray. Ainda antes do US Open, John Isner venceu o novo ATP de Wiston
Salem.
Entre as mulheres, Serena Williams voltou com tudo e faturou os títulos em
Stanford e Montreal. Sharapova, que venceu Cincinnati, e Wozniacki, que
faturou New Haven, se credenciavam a desafiar a americana no US Open.
Entre os brasileiros, Bellucci optou pro trocar o saibro europeu pelas
quadras rápidas americanas e não foi bem. O destaque ficou com João
Souza, o “Feijão”, que fez semifinais no ATP de Kitzbuhel, rompeu a
barreira do top 100 pela 1ª vez na carreira e passou o qualifying do US
Open, credenciando-se a disputar seu primeiro Grand Slam.