O garoto Richard Gasquet nunca mais irá esquecer o Masters Series de Monte Carlo, depois de ter conseguido a façanha de eliminar Roger Federer, o número 1 do mundo, e interrompido a invencibilidade de 25 partidas em 3 sets 6/7 (7/1) 6/2 7/6(10/8)
"É uma vitória fabulosa. Levou algum tempo, depois do término do jogo, para cair a ficha de que eu havia vencido", confessou Gasquet, que irá fazer um duelo da nova geração em uma das semifinais deste sábado, contra o espanhol Rafael Nadal que arrasou o argentino Gaston Gadio em dois sets 6/3 6/0.
Apesar de ter sido o número 1 juvenil em 2002, o francês ainda não conseguiu progredir como profissional de forma tão acentuada quanto seu adversário deste sábado, valendo vaga na decisão. Nadal, com a mesma idade, já é o 17º do mundo, com dois títulos de ATP no currículo e o vice-campeonato há duas semanas no Masters Series de Miami.
"É difícil assimilar o que aconteceu e onde estou, mas sei que tenho de ir para a semifinal e jogar do mesmo jeito contra Nadal." O francês acredita que tem uma pequena chance. "Se conseguir jogar bem, posso incomodá-lo. Vai ser difícil voltar à quadra após Federer, mas pelo menos me sinto confiante e espero conseguir a vitória." Ele joga a pressão toda para o espanhol. "É bom ter dois jovens nas semifinais de um Masters Series. Ele é o número 17, então, é o favorito."
Curiosamente, foi em Monte Carlo, há três anos, que ele saiu do qualifying e se tornou o mais jovem tenista a ganhar uma partida de primeira rodada aos 15 anos, contra o argentino Franco Squillari. "É, foi aqui que tudo começou, mas isso só quer dizer que posso jogar bem aqui", afirmou ainda meio incrédulo.
O mais surpreendente é que Gasquet teve de disputar o qualificatório para entrar na chave principal e nunca sonhou em cruzar com o número 1 do mundo. "Com certeza, antes do quali, meus pensamentos nada tinham a ver com Federer. Só pensava em derrotar Arazi na primeira rodada. Se alguém me tivesse dito o que iria acontecer, eu não teria acreditado."
Gasquet, que pela primeira vez teve êxito diante de um top 10 em seis confrontos, é o primeiro francês a derrotar um número 1 do mundo desde junho de 2003 quando Sebastién Grosjean bateu o australiano Lleyton Hewitt nas quartas de Queen's. Aos 18 anos e nove meses, também é o mais novo francês a vencer um nº 1 do mundo. O dono da marca anterior era Henri Leconte que aos 19 anos venceu o tcheco Ivan Lendl por 6/2 e 6/3 na terceira rodada de Forrest Hills, em maio de 1983.