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Um talento no juvenil, um campeão no profissional

Domingo, 27 de novembro 2005 às 15:00:00 AMT

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Trofeu Unimed

Por Fabrizio Gallas, Editor-chefe Tênis News

Durante apenas dois dias pude acompanhar a nata do tênis juvenil brasileiro no Clube Caiçaras, em plena cidade maravilhosa. Notei todos os detalhes em cada rostinho de crianças de apenas 12 anos, até a seriedade de quem se aproxima do profissional, com 18.


A conclusão foi uma só. Temos uma boa safra, temos ótimos talentos que podem despontar no profissional. Mas a lapidação desses talentos requerem em três aspectos fundamentais. Em primeiro lugar a cabeça do atleta, depois a dedicação e por fim o apoio financeiro.

A maioria desses tenistas possui excelente técnica. Alguns ganham destaque e tem jogo diferenciado na hora "H", ou seja, no momento decisivo. Em um nível parecido, a cabeça faz a diferença. Acertar aquele winner, ir para as bolas mais difíceis com astúcia, deslocar o adversário ou cravar aquele saque indefensável nos momentos de aperto e definição de uma final importante, são caracteríscas que podem vingar em um bom tenista para o futuro. Tenistas como Fernando Romboli, Moacir Santos, Flavia Borges demonstraram essa capacidade durante o Masters do Unimed.

Um tenista não se faz somente pelo talento e pela boa cabeça. Essa idéia de cabeça está muito ligada a dedicação. Treinar, viajar, fazer trabalho físico pesado numa idade inferior a maioridade requer muita força de vontade. O juvenil vive a época de se descobrir, fazer amigos, começar a sair na noite. Esses aspectos tem que ser muito bem conciliados para a evolução do tenista nessa fase e uma palavra basta para resumir tudo isso: dedicação.

Tênis é um esporte muito caro. Uma raquete custa entre trezentos e oitocentos reais. Isso é o básico. Para o juvenil que deseja ser um bom profissional, experiência é fundamental. Essa experiência você adquire somente viajando e jogando os torneios mais fortes do país e do mundo. Aí entre o terceiro aspecto. A "grana", o "dindin", o apoio. Esse fator é fundamental. Quanto mais cedo o tenista puder viajar para fora, jogar torneios, perder, perder bastante, mais bagagem ele vai ter para os eventos profissionais. Observei tenistas com muito apoio, com vários patrocinadores com apenas 15 anos e outros com 18, muito potencial e que privilegiam jogar pelo Brasil pelo simples motivo: falta de patrocínio.

O tênis é um esporte que para ser um campeão, o indivíduo deve ser diferenciado, não só em talento, mas na cabeça, na dedicação e ter aquele empurrãozinho financeiro. Se um desses aspectos faltar ele estará fadado ao insucesso e ficará a vida toda jogando apenas por jogar.
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