Brasil Open inicia a turnê de despedida de Guga

Domingo, 10 de fevereiro 2008 às 21:00:00 AMT

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Guga - Sauípe 07 II

Por Fabrizio Gallas

O Brasil Open, maior torneio do país, chega à sua 8ª edição a partir desta segunda-feira na paradisíaca Costa do Sauípe, região de praias situada na Bahia. O torneio desse ano terá a presença garantida de três brasileiros: Gustavo Kuerten, Marcos Daniel e Thomaz Bellucci. O evento desse ano é diferenciado por um simples aspecto: marca o início da série de torneios de despedida de Gustavo Kuerten que jogará mais cinco ou seis eventos na temporada.

O brasileiro de 31 anos tem história no Sauípe, um lugar que considera especial. Ele é um dos grandes protagonistas com dois títulos obtidos em 2002 e 2004.

O pupilo de Larri Passos ajudou a trazer um evento ATP no Brasil o que não acontecia desde 1993. O catarinense estava no auge, era líder do ranking, fez lobby e conseguiu atrair a atenção da promotora Koch Tavares que então iniciou a realização do ATP na Costa do Sauípe. A primeira edição foi no mês de setembro de 2001, logo após o US Open, sobre quadras rápidas.

No primeiro ano, o “manezinho da ilha” vinha das quartas de final no Grand Slam americano, ma começava a sofrer com os problemas no quadril. Primeiro do ranking, Guga foi surpreendido pelo então desconhecido Flávio Saretta, exatamente no dia 11, data que marcou os terríveis atentados terroristas às torres gêmeas em Nova York. Naquele mesmo ano, Fernando Meligeni atingia a final, mas perdia para o primeiro campeão, Jan Vacek.

Guga veio para 2002 com o objetivo de apagar a má campanha do ano anterior e conseguiu sua primeira conquista. Em uma final emocionante com arena lotada, debaixo de um sol escaldante, ele derrotava a então jovem promessa Guillermo Coria por 6-7(4) 7-5 7-6(2) após 3h26min de batalha.

A temporada 2003 foi a última do evento sobre quadras velozes. Guga fez boa campanha, mas parou nas semifinais em cima de Rainer Schuettler que seria derrotado pelo holandês Sjeng Schalken na decisão.

Desde 2004 as quadras duras deram lugar ao saibro e a data foi alterada para fevereiro, visando criar um circuito neste piso que incluia torneios em Viña del Mar (Ciile), Buenos Aires (Argentina) e Acapulco (México). Em seu primeiro ano neste formato Guga apagou todas as dúvidas sobre suas condições físicas e conquistava o título por 3-6 6-2 6-3 contra mais um argentino, Agustin Calleri. A final chegou a ser adiada por conta da chuva.

A temporada 2005 foi a única até hoje não disputada por Kuerten. Ainda se recuperando de tratamento realizado no Colorado (EUA) no mesmo quadril, ele só iniciou o ano em abril. Mesmo assim, o torneio revelou o espanhol Rafael Nadal que conquistava seu primeiro troféu do ano, dando confiança para vencer Roland Garros e terminar a temporada como número 2 do mundo. Ricardo Mello foi o melhor brasileiro com a semifinal, perdendo exatamente para Nadal. Detalhe: naquele jogo, o tenista de Campinas teve 4/2 no terceiro set.

Em 2006, já na fase de decadência, o ex-número 1 apontava para a aposentadoria com derrota para o então abaixo dos 300 do mundo, André Ghem, mostrando muita deficiência na mobilidade. Sem brasileiros, o principal destaque foi o chileno Nicolas Massu, campeão em cima do espanhol Alberto Martin.

Em 2007 Guga deu alguma esperança ao vencer Fillipo Volandri na estréia e fez uma dura batalha de três sets, perdendo no finalzinho para Flávio Saretta. O paulista foi o grande nome do ano ao cair apenas na penúltima rodada contra o ex-número 1 do mundo, Juan Carlos Ferrero. Na final, Guillermo Cañas levantou o caneco.

A partir desta segunda-feira a expectativa muda de figura e o torcedor começa a se despedir do brasileiro. Guga fará sua estréia contra o argentino Carlos Berlocq, 75º do mundo, vice-campeão do Aberto de SP em janeiro e quadrifinalista em Viña del Mar, em confronto que será inédito. Marcos Daniel terá pela frente o australiano Peter Luczak (78º), enquanto que Bellucci medirá forças diante do experiente Nicolas Lapentti (113º), de 31 anos.

O principal favorito ao título será o espanhol Carlos Moya que vem com tudo buscando apagar o desempenho ruim na Bahia no ano passado quando perdeu para Thiago Alves. Em duas participação ele nunca venceu no torneio. Moya enfrentará o compatriota Santiago Ventura.

Outro nome a ser observado é o de Coria. O ex-número três do mundo, não vence um jogo há 18 meses e sofre com as duplas-faltas, mas vem disposto a reverter o quadro. Ele encontra na estréia um tenista vindo do qualifying.

O Brasil Open 2008 teve premiação aumentada em pouco mais de 6% e distribuirá US$ 485 mil, dando US$ 73 mil para o campeão que leva para casa 175 pontos no ranking de entradas e 35 na Corrida dos Campeões.

Campeão – 175 – 35 - $ 73.000
Vice-campeão – 120 – 24 - $ 39.550
Semi Final – 75 – 15 - $ 21.850
Quartas de Final – 40 – 8 - $ 12.050
Oitavas de Final – 15 – 3 - $7.050
1ª rodada – 0 – 0 - $4.150
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